Quem achava que Kassio Nunes Marques era o ponto mais baixo a que o STF poderia chegar foi apresentado a uma buraco chamado André Mendonça.
Mendonça, que é pastor, falou como pastor no julgamento sobre a liberação de templos no STF.
Na semana passada, o advogado-geral da União defendeu a suspensão do decreto de João Doria que proibiu, até 11 de abril, cultos e missas em São Paulo.
Segundo ele, “todo cristão sabe e reconhece os riscos e perigos dessa doença terrível e todo cristão sabe que precisa tomar cuidados e cautelas diante dessa enfermidade”.
Meteu os pés pelas mãos e, para agradar o chefe Bolsonaro e sua camarilha, citou um versículo da Bíblia que o contradiz.
“Pois onde se reunirem dois ou três em meu nome, ali eu estou no meio deles”.
O trecho do evangelho de Mateus fala, exatamente, que não é necessário se juntar um bando com um picareta no púlpito para homenagear o Senhor.
Terminou, ainda, com uma ameaça: “Cristãos estão dispostos a morrer para garantir a liberdade de religião e culto”.
Nosso Jim Jones deixa claro que o negócio não é imunidade de rebanho, mas mandar todo o rebanho para o matadouro — inclusive quem será contaminado por um seguidor idiota dessa seita.
Mendonça sabe que essa batalha está perdida no Supremo, mas vai fazer o diabo para conseguir uma indicação ao STF. Se for preciso sacrificar alguns otários no caminho, que seja.
"Os verdadeiros cristãos estão dispostos a morrer para garantir a liberdade de culto", diz o AGU André Mendonça, que fez há pouco, na feliz expressão de @elomachado1, a primeira sustentação-pregação do STF ? pic.twitter.com/PLDLISfe3v
— Jeff Nascimento (@jnascim) April 7, 2021