As ameaças contra a deputada estadual Andréia de Jesus (PSOL), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), estão impedindo a parlamentar de exercer seu trabalho em defesa da população vulnerável de Minas Gerais. A informação é da própria deputada, que falou exclusivamente ao DCM sobre a grave situação que vem, enfrentando. Ela voltou a ser ameaça de morte depois da retirada de sua escolta policial.
“Tenho gasto tempo e energia que poderia ser dedicada para garantir o atendimento às famílias, aos mais vulneráveis, àqueles que precisam da Comissão de Direitos Humanos. Tenho gastado toda essa energia para garantir a integridade física minha e daqueles que estão comigo. Eu poderia estar desenvolvendo meu trabalho como parlamentar e presidenta da Comissão de Direitos Humanos. Portanto, o Estado tem o dever nesse momento de agir e garantir que esse mandato chegue até o último dia”, disse.
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“Sou vítima de violência desde o momento que assumi o caro”, diz Andréia
A via crucis de Andréia na Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais teve início desde que assumiu o cargo de deputada estadual. Mas ficou pior depois de outubro do ano passado, quando Andréia defendeu a abertura de uma investigação sobre a ação policial que executou 26 pessoas em Varginha, no Sul de Minas.
Na ocasião, em uma das mensagens, o autor das ameaças citou o assassinato de Marielle Franco, ocorrido em 2018: “Seu fim será como o de Marielle Franco”.
“Sou vítima de violência desde o momento que assumi um cargo aqui na Assembléia. Não pretendo normalizar ataques, ameaças a minha vida e à vida de quem quer que seja. Qualquer cidadão tem direito político, que inclui o direito de ser parlamentar, de exercer suas atividades para as quais foi eleita”, disse.
Andréia de Jesus também comentou sobre a retirada da escolta policial, que considera fundamental para que possa continuar sua atividade parlamentar.
“Também tenho direito, como qualquer cidadão sob ameaça de morte, de que o Estado garanta a minha vida. Isso não é privilégio nenhum porque não é privilégio ser ameaçada de morte e perder toda a privacidade que alcança a minha família”, disse.
Na última terça-feira (22), a deputada usou suas redes sociais para comentar o episódio: “fui surpreendida pela retirada dos carros”, disse.
URGENTE!
Enquanto ñ sai posição oficial da PM sobre a escolta, fui surpreendida pela retirada dos carros por parte da @assembleiamg. Isso significa a retirada da escolta em si pela falta de meios de locomoção dos agentes. Uma decisão “protocolar” que deixa minha vida exposta. pic.twitter.com/tIq77HvQar
— Andréia de Jesus 51.120 votos (@andreiadejesuus) March 22, 2022
Nesta quarta-feira (23), o DCM teve acesso a outro email, igualmente assustador. Na mensagem supostamente assinada por Ricardo Wagner Arouxa, o criminoso promete “meter uma bala na cara” da parlamentar e faz ofensas racistas. “Sua aberração, macaca fedorenta, cabelo de esponja de aço, Marielle Cover, favelada!”, escreve.
Veja reprodução do e-mail:
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