Antes de Caio Ribeiro tentar calar a boca de Raí por criticar Bolsonaro, dizendo que o ex-craque não deveria falar de política, houve Tiago Leifert.
O atual apresentador do BBB publicou um artigo na revista GQ cujo título era “Evento esportivo não é lugar de manifestação política”.
Foi em 2018, quando o Brasil elegeu um psicopata para a presidência da República.
Talvez, se o futebol nacional não fosse o terreno de manés como Caio e Tiago, a história pudesse ser diferente. Talvez.
“Olhando por todos os lados, não vejo motivos para politizar o esporte”, escreveu Leifert.
Do ponto de vista do atleta: ele veste uma camisa que não é dele (que, aliás, ele largará por um salário melhor), uma camisa que representa torcedores que caem por todo o espectro político. A câmera e o microfone só estão apontados para aquele jogador por causa da camisa que ele está vestindo e de sua performance esportiva.
Não acho justo ele hackear esse momento, pelo qual está sendo pago, para levar adiante causas pessoais. É para isso que existe a rede social: ali, o jogador faz o que quiser. No campo? Ele está para entreter e representar até mesmo os torcedores que votam e pensam diferente. (…)
Do mesmo jeito que você escolhe uma série no Netflix ou assiste a uma novela. É um desligamento da realidade; nosso cérebro precisa dessa quase meditação para aguentar o dia seguinte. E aí você senta para ver um jogo e esfregam um hino na sua cara, como se aqui fosse uma “república popular”, e seu jogador favorito resolve lacrar na hora de comemorar o gol do título do seu time. É justo? Não.
Tem muita coisa contaminada por aí. Precisamos imunizar o pouco espaço que ainda temos de diversão. Textão é no Facebook. Deixem o esporte em paz.