Ao envolver Carluxo na tentativa de mudar a bula da cloroquina, CPI da Covid toca no calcanhar de Aquiles de Bolsonaro

Atualizado em 11 de maio de 2021 às 8:17
O vereador Carlos Bolsonaro Foto: Reprodução

A participação de Antônio Barra Torres, presidente da Anvisa, na CPI da Covid nesta terça, 11, tem tudo para se tornar um golpe fatal no calcanhar de Aquiles de Bolsonaro por envolver a tentativa do filho Carlos de mudar a bula da cloroquina, conforme denunciado em depoimento pelo ex-ministro Luiz Henrique Mandetta.

A tentativa orquestrada por Carluxo tinha objetivo de abrir caminho para a expansão do uso da droga, comprovadamente ineficaz para combater a covid.

Segundo Mandetta, o filho do presidente, que é vereador no Rio, organizou um encontro ex-oficial envolvendo o ministro, “um médico anestesista e uma médica imunologista, que estavam com a redação de um provável ou futuro – ou alguma coisa do gênero – decreto presidencial com a ideia de alterar a bula do medicamento na Anvisa colocando na bula indicação para covid-19”.

Carlos Bolsonaro é o filho disfuncional do presidente.

É quem está comandando a comunicação do Governo e sectarizando o debate como tática de confronto à CPI, com reiteradas ameaças ao Supremo, aos senadores e aos governadores.

Senadores querem convocá-lo para depor, mas quem conhece sabe que ele não tem condições psicológicas para enfrentar uma oitiva. Esse é o maior medo de Bolsonaro.

A CPI já mostrou diversos desmandos cometidos pelo presidente na gestão da pandemia.

A fuga do general Pazuello, que foi ministro da Saúde no pior momento da crise, é só um indício dos desacertos.

A convocação de Carluxo pode ser a bala de prata que falta para o Brasil reconhecer, de uma vez por todas, que Bolsonaro agiu de forma criminosa na maior crise sanitária da história do país.