Aos 95 anos, “vovó nazista” é julgada por espalhar fake news sobre Holocausto

Atualizado em 8 de junho de 2024 às 10:06
Ursula Haverbeck, aos 95 anos, segue negando o Holocausto. Foto: reprodução

Aos 95 anos, Ursula Haverbeck, famosa negacionista do Holocausto enfrentou mais uma vez o tribunal na última sexta-feira (07) em Hamburgo, Alemanha, por incitação ao ódio. Conhecida como a “vovó nazista” pela imprensa alemã, Haverbeck é uma presença constante nos tribunais devido às suas reiteradas declarações falsas sobre os crimes de guerra contra o povo judeu durante a II Guerra Mundial. Com informações da DW Brasil.

Inicialmente, Haverbeck foi condenada a 10 meses de prisão sem direito a liberdade condicional pelo Tribunal Distrital de Hamburgo em 12 de novembro de 2015. O caso atual, quase nove anos depois, refere-se a um recurso contra essa condenação.

As acusações decorrem de declarações feitas em abril de 2015, durante o julgamento do ex-membro da SS Oskar Gröning, conhecido como o “contador de Auschwitz”. Na ocasião, Haverbeck afirmou aos jornalistas que Auschwitz não era um campo de extermínio, mas apenas um campo de trabalho. Em uma entrevista televisiva posterior, ela negou a ocorrência de extermínio em massa no local.

Ursula Haverbeck com o livro “O Mito de Auschwitz”. Foto: reprodução

Os historiadores estimam que 1,1 milhão de pessoas foram mortas em Auschwitz, sendo 90% delas judias. No entanto, Haverbeck persistiu em suas mentiras, alegando em várias ocasiões que o genocídio nazista nunca foi provado historicamente e que é “apenas uma crença”. Em uma de suas muitas condenações ao longo de 20 anos, ela referiu-se ao Holocausto como “a maior e mais sustentada mentira da História”.

Em janeiro de 2016, a “vovó nazista” participou de um evento em Berlim onde mais uma vez negou o genocídio dos judeus entre 1941 e 1945, afirmando que “nada é verdadeiro” sobre as câmaras de gás de Auschwitz. Aproximadamente um ano depois, durante um julgamento em Detmold, ela desafiadoramente distribuiu um panfleto intitulado “Somente a verdade te libertará”, no qual negava novamente as atrocidades cometidas pelos nazistas.

As suas repetidas mentiras e negações fizeram com que Haverbeck se tornasse uma figura popular entre os membros da cena neonazista da Alemanha. Ela e seu falecido marido, Werner Georg Haverbeck, que foi um membro ativo do Partido Nazista durante a Segunda Guerra Mundial, fundaram o centro educacional de extrema-direita Collegium Humanum, fechado em 2008.

A legislação alemã considera a incitação ao ódio uma infração penal, especialmente aplicada a indivíduos que negam, endossam ou banalizam publicamente o Holocausto. As penas para este crime variam desde multas até cinco anos de prisão.

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