Apagão: SP ainda tem 400 mil imóveis sem luz, diz Enel

Atualizado em 14 de outubro de 2024 às 15:29
Restaurante sem energia elétrica em Pinheiros, Zona Oeste de São Paulo. Foto: Werther Santana/Estadão

Cerca de 400 mil imóveis seguem sem energia elétrica na Grande São Paulo após mais 65 horas desde o temporal que atingiu a região metropolitana na última sexta-feira (11). Segundo a Enel, até as 11h desta segunda-feira (14), cerca de 280 mil desses imóveis estão na capital, com bairros como Jabaquara, Campo Limpo, Pedreira e Jardim São Luís entre os mais afetados. Outras cidades como Taboão da Serra, Cotia e São Bernardo do Campo também continuam sem luz.

A tempestade, com ventos que ultrapassaram os 100 km/h, provocou severos danos à rede elétrica. O presidente da Enel, Guilherme Lencastre, destacou que o fenômeno teve rajadas históricas, atingindo 107,6 km/h em algumas áreas.

“Os ventos acima de 100 km/h foram o principal fator que gerou os transtornos. A tempestade causou danos severos à infraestrutura elétrica, especialmente nas áreas mais afetadas”, explicou Lencastre, sem dar um prazo definitivo para a normalização completa do serviço.

Segundo a companhia, desde o temporal, cerca de 1,6 milhão de clientes já tiveram o serviço restabelecido. “Até as 11h, mais de 1,6 milhão de clientes já estavam com a energia restabelecida na área de concessão.

Neste momento, os técnicos estão concentrados em retomar a distribuição de energia para 460 mil clientes na Grande São Paulo. A empresa reforça seu compromisso em seguir incansavelmente com os reparos na rede, alguns deles complexos”, disse a Enel em comunicado.

Na região de Pinheiros, farmácia ficou sem energia pelo segundo dia. Foto: Rodrigo Rodrigues/G1

Para agilizar o restabelecimento, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou a criação de uma força-tarefa composta por equipes de diversas concessionárias de energia do país, incluindo CPFL, EDP, ISA CTEEP, Eletrobras, Light e Energisa.

A ação contará com o reforço de 2.900 profissionais e mais de 200 caminhões para auxiliar nos reparos. “Estamos ampliando de 1.400 para 2.900 profissionais no campo, com mais de 200 caminhões para apoiar essas equipes. A Enel tem três dias para resolver os problemas de maior volume”, declarou o ministro durante coletiva em São Paulo.

Silveira também criticou a falta de previsões claras por parte da concessionária para o restabelecimento total da energia. “Quando a Enel disse que não tinha previsão de entrega dos serviços à população, eu disse que ela cometeu um grave erro de comunicação, um grave erro de seu compromisso contratual com a sociedade de São Paulo”, disse o ministro, reiterando que a empresa precisa agir rapidamente para garantir a normalização.

Além do fornecimento de energia, o apagão está causando problemas no abastecimento de água em diversas regiões da Grande São Paulo. A Sabesp informou que a falta de eletricidade afeta o funcionamento de estações elevatórias e boosters, que são essenciais para o transporte de água para locais mais altos.

Várias cidades da região metropolitana estão enfrentando dificuldades para manter o abastecimento regular de água devido à interrupção da energia, principalmente Mauá e Santo André no ABC Paulista.

Moradores de várias partes da Grande São Paulo têm relatado dificuldades para entrar em contato com a Enel e registrar pedidos de reparo. A empresa informou que sua central telefônica recebeu mais de 1 milhão de chamados desde a noite do temporal e está trabalhando para ampliar a capacidade de atendimento. Ainda assim, muitos consumidores se queixam da falta de retorno e da demora para solucionar o problema.

A situação crítica após o apagão também tem afetado serviços essenciais, como hospitais e estabelecimentos comerciais. Para mitigar os impactos, a Enel disponibilizou 500 geradores de emergência para atender esses locais. Além disso, dois helicópteros da empresa estão sobrevoando as linhas de transmissão para identificar eventuais problemas e agilizar os reparos.

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