Nesta quarta-feira (3), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) se reúne para debater a manutenção ou adição de políticas monetárias. A expectativa, segundo especialistas do mercado financeiro, é de que, na reunião, seja decidido manter a taxa básica de juros da economia estável em 13,75% ao ano.
A decisão será anunciada por volta das 18h30. Se confirmada, será a sexta manutenção da taxa Selic nesse nível. Vale ressaltar que esse é o maior patamar dos juros desde novembro de 2016, ou seja, em seis anos e meio.
Na semana passada, Fernando Haddad, atual ministro da Fazenda, e Roberto Campos Neto, atual presidente do BC, já haviam discutido sobre o tema no Senado Federal.
“Se a economia continuar desacelerando, por razões ligadas à política monetária [taxa de juros alta, fixada pelo Banco Central], vamos ter problemas fiscais, porque a arrecadação vai ser impactada. Não tem como separar. Se desacelero a economia, vou ter impactos fiscais”, afirmou Haddad, na ocasião.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por sua vez, continuou disparando fortes críticas ao atual patamar da SELIC, defendendo a ideia de que a economia brasileira necessita de uma redução urgente nos altos juros empregados por Campos Neto e sua gestão.
A taxa de juros é o principal instrumento do Banco Central para tentar conter as pressões inflacionárias no país. Quando a inflação está alta, o BC eleva a Selic.
Quando as estimativas para a inflação estão em linha com as metas, o Banco Central pode reduzir o juro básico da economia.
Neste momento, o BC já está ajustando a taxa Selic para tentar atingir a meta de inflação do próximo ano, uma vez que as decisões sobre juros demoram de seis a 18 meses para terem impacto pleno na economia.
Sabe-se, no entanto, que a decisão de manter a SELIC alta acarreta em diversos impactos negativos na economia, como o aumento das taxas bancárias e a redução no consumo da população, fatores que prejudicam ainda mais a atual situação de crise que o país passa no momento.
Lula vem brigando com Campos Neto para que a taxa seja reduzida desde que assumiu seu terceiro mandato. A política de autonomia operacional do BC, no entanto, impossibilitou que o petista ganhasse o debate e o que os juros fossem diminuidos.