Nesta quinta-feira (15), o ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não tem planos de prorrogar o programa de crédito tributário que diminui os preços dos automóveis novos.
Após uma reunião ministerial realizada no Palácio do Planalto, o chefe da Casa Civil pontuou: “Não é plano do governo [prorrogar o programa de benefícios tributários para carros populares]”.
A entrevista a jornalistas aconteceu depois da terceira reunião ministerial, em uma época em que o governo petista está sendo criticado pela articulação política, além da pressão que a União Brasil faz pela demissão de Daniela Carneiro, ministra do Turismo.
De acordo com a Folha de S.Paulo, em certo momento da reunião, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), mostrou os resultados do programa de redução tributária para carros, ônibus e caminhões.
Foi aí que, segundo relatos de participantes, Lula teria feito uma brincadeira com o vice-presidente, pedindo que ele avisasse a Fernando Haddad, da Fazenda, que “a gente vai querer prorrogar o incentivo”, pelo sucesso.
Oficialmente, porém, o governo nega essas intenções. “Ele fez uma brincadeira, quando foi feito o relato pelo Alckmin de que o programa estava tendo um sucesso absoluto. Ele fez uma brincadeira, mas não está no planejamento do governo”, completou Rui Costa.
A proposta foi anunciada pela atual gestão no início de junho e os recursos pedidos pelas montadoras que aderiram ao plano já somam R$ 150 milhões, o que representa 30% do teto disponível, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
De acordo com cálculos do setor, que tinha previsto que a medida duraria quatro meses, o programa pode ser encerrado com apenas um mês de vigência, por atingir a quota estabelecida. Na entrevista, Costa ainda aproveitou este tema para reclamar da alta taxa de juros estipulada pelo Banco Central.
“Só esse sucesso [do programa] mostra que se nós dermos a condição de crédito, baixarmos os custos financeiros para quem quer consumir, vai haver consumo no país, o varejo vai vender. Um pequeno estímulo como esse, o resultado já é muito expressivo no começo”, criticou.
O chefe da Casa Civil ainda acrescentou: “O presidente, ao ouvir os relatos dos bancos públicos, está apostando em aumentar o microcrédito para irrigar a economia, assim como está fazendo o Banco do Brasil e a Caixa, para viabilizar crédito barato para os mais pobres, quem mais precisa, para fazer a economia crescer, a atividade econômica possa voltar e gerar emprego”.