Apesar do sucesso, governo nega prorrogação do incentivo à venda de carros populares

Atualizado em 15 de junho de 2023 às 21:30
Rui Costa falando em microfone e gesticulando
Rui Costa, chefe da Casa Civil – Agência Brasil

Nesta quinta-feira (15), o ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não tem planos de prorrogar o programa de crédito tributário que diminui os preços dos automóveis novos.

Após uma reunião ministerial realizada no Palácio do Planalto, o chefe da Casa Civil pontuou: “Não é plano do governo [prorrogar o programa de benefícios tributários para carros populares]”.

A entrevista a jornalistas aconteceu depois da terceira reunião ministerial, em uma época em que o governo petista está sendo criticado pela articulação política, além da pressão que a União Brasil faz pela demissão de Daniela Carneiro, ministra do Turismo.

De acordo com a Folha de S.Paulo, em certo momento da reunião, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), mostrou os resultados do programa de redução tributária para carros, ônibus e caminhões.

Foi aí que, segundo relatos de participantes, Lula teria feito uma brincadeira com o vice-presidente, pedindo que ele avisasse a Fernando Haddad, da Fazenda, que “a gente vai querer prorrogar o incentivo”, pelo sucesso.

Oficialmente, porém, o governo nega essas intenções. “Ele fez uma brincadeira, quando foi feito o relato pelo Alckmin de que o programa estava tendo um sucesso absoluto. Ele fez uma brincadeira, mas não está no planejamento do governo”, completou Rui Costa.

Homem caminhando em concessionária
Medida do governo garante descontos em carros populares – Agência Brasil

A proposta foi anunciada pela atual gestão no início de junho e os recursos pedidos pelas montadoras que aderiram ao plano já somam R$ 150 milhões, o que representa 30% do teto disponível, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

De acordo com cálculos do setor, que tinha previsto que a medida duraria quatro meses, o programa pode ser encerrado com apenas um mês de vigência, por atingir a quota estabelecida. Na entrevista, Costa ainda aproveitou este tema para reclamar da alta taxa de juros estipulada pelo Banco Central.

“Só esse sucesso [do programa] mostra que se nós dermos a condição de crédito, baixarmos os custos financeiros para quem quer consumir, vai haver consumo no país, o varejo vai vender. Um pequeno estímulo como esse, o resultado já é muito expressivo no começo”, criticou.

O chefe da Casa Civil ainda acrescentou: “O presidente, ao ouvir os relatos dos bancos públicos, está apostando em aumentar o microcrédito para irrigar a economia, assim como está fazendo o Banco do Brasil e a Caixa, para viabilizar crédito barato para os mais pobres, quem mais precisa, para fazer a economia crescer, a atividade econômica possa voltar e gerar emprego”.

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