O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o candidato à prefeitura da capital, Pablo Marçal (PRTB), se reuniram secretamente fora do horário de trabalho na última quinta-feira (29).

Esse encontro foi mantido em sigilo porque Tarcísio apoia o atual prefeito e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), que é adversário de Marçal.

Durante o encontro, Marçal sinalizou um desejo de trégua, sugerindo que, se o governador parasse de atacá-lo, ele também deixaria de criticá-lo em seus discursos de oposição ao sistema político. No entanto, Tarcísio permaneceu em silêncio durante a reunião.

Esse encontro ocorreu no único dia da semana em que Tarcísio não esteve publicamente ao lado de Nunes.

Apenas três dias antes, em uma coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes, o governador criticou Marçal, insinuando que sua vitória na prefeitura seria um “desastre” e sugerindo ligações do partido de Marçal com o crime organizado.

A posição de Tarcísio já era delicada, pois ele precisava conter o apoio crescente do campo bolsonarista a Marçal, conforme indicado nas últimas pesquisas. Marçal emergiu como o primeiro político de discurso radical a ganhar força eleitoral após Bolsonaro, sem o apoio do ex-presidente.

Tarcísio, que garantiu a aliança de Nunes com Bolsonaro, pressionou o ex-presidente e sua família para criticarem Marçal.