Após açular o gado contra as “hienas” do STF, Carlos Bolsonaro tenta justificar o abraço de Toffoli. Tarde demais

Atualizado em 4 de outubro de 2020 às 14:15

Jair Bolsonaro e filhos estão se virando com o gado para justificar a indicação de Kassio Nunes Marques para o STF.

Bolsonaro resumiu em duas frases, talvez as mais verdadeiras de sua vida a um seguidor: “Preciso governar. Converso com todos em Brasília”.

Basicamente, é isso, mesmo: um nome do centrão chancelado por Gilmar Mendes e Toffoli.

Este último, aliás, recebeu um abraço caloroso no sábado num jantar com Alcolumbre e Marques.

Se o sujeito não fizer isso, cai. Simples, assim.

É curioso, no entanto, assistir o valentão Carluxo tentando apagar a ira do bando de delinquentes que açulava até ontem contra as instituições.

“Se foto significasse algo, têm cada uma ‘impublicável’ de gente que admiro com antagônicos… Pautas de interesse do país travadas em todas as esferas há cerca de 2 anos e tenta-se costurar alternativa para que o Brasil ande”, escreveu no Twitter.

“Desperdiçam todo o trabalho que o governo vem fazendo para ‘estuprar’ um homem que sozinho não tem o poder que muitos acham que tem! Críticas são bem vindas, assim como qualidades não podem ser ignoradas! Ainda dá! Meu Deus!”

Ora.

Carlos é o sujeito que comparou o Supremo a um bando de hienas e deu esse suco de alfafa para imbecis como Allan dos Santos et caterva.

Em junho, foi para cima de Gilmar, hoje fiador do pai: “Só um bandido ou um doente mental para crer que o presidente incentivou invasão a hospitais”.

Vendendo-se como fora do “sistema” ou do “mecanismo” (Jesus, como esses clichês são miseráveis), os Bolsonaros enganaram milhares trouxas que, agora, descobrem a natureza da família.

Os tigrões, afinal, eram tchutchucas.

Investigados, sujos na Justiça, incompetentes, só lhes resta enfiar a viola no saco para tentarem se salvar.

Pode até dar certo.

Mas o acerto com o andar de cima vai valer o esboroamento da base de radicais de extrema direita que acreditou em mamadeira de piroca e combate ao comunismo.

Não existe jantar grátis.

Bolsonaro responde a seguidor que o questionou sobre jantar com Toffoli: “Preciso governar”. Foto: Reprodução/Facebook