O cientista Alysson Muotri deve ser o terceiro brasileiro a ir ao espaço, atrás apenas do agora senador Marcos Pontes (PL), e do engenheiro Victor Correa Hespanha. Muotri acredita que a cura do autismo e do Alzheimer está fora do planeta. A informação é do jornal Folha de S.Paulo.
“Acredito que a cura para o autismo e para o Alzheimer possa estar no espaço. Ele vai acelerar essas descobertas e os tratamentos”, disse Muotri. “A expectativa com a viagem é altíssima”.
Antes de Muotri e Hespanha, Marcos Pontes, em 9 de março de 2006, durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), se tornou o primeiro brasileiro a chegar ao espaço, por meio da Missão Centenário. Ele fez parte da tripulação da nave russa Soyuz TMA-8 e retornou à Terra em 8 de abril do mesmo ano.
Pontes, no entanto, abandou a carreira na Força Aérea parar dar palestras. Anos depois, ingressou na política. Ele foi ministro durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Já Hespanha, participou de um voo da Blue Origin, empresa do bilionário Jeff Bezos, no Texas, nos Estados Unidos.
Muotri é especialista em transtornos do desenvolvimento neurológico, como o autismo, e seu trabalho com “minicérebros” simulando a organização celular encontrada no cérebro humano tem sido importante para pesquisas avançadas sobre autismo e outras doenças neurológicas.
Ele passou nos testes físicos e psicológicos e deve passar por um treinamento de seis meses para conhecer os módulos que compõem a ISS. “Acreditamos que, num único experimento tripulado, conseguiremos fazer análises que levariam até dez anos”, afirmou.
O projeto da viagem, prevista para novembro de 2024, foi apresentado ao presidente Lula e à ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, no mês passado. Segundo Muotri, a iniciativa foi bem recebida e há tratativas com o governo para apoio federal brasileiro à viagem.