O Governo de São Paulo anunciou o fechamento emergencial de 80 unidades de conservação na região metropolitana e interior do estado. A medida, válida até 12 de setembro, tem como objetivo proteger a população e direcionar 100% dos funcionários ao monitoramento e combate a incêndios florestais, que têm se tornado mais frequentes devido às condições climáticas.
Geridas pela Fundação Florestal, órgão ligado à Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), as unidades foram fechadas por conta do risco crescente de queimadas, que ameaçam tanto os visitantes quanto as áreas preservadas. Segundo o subsecretário de Meio Ambiente, Jônatas Trindade, o fechamento permite que a equipe concentre esforços no monitoramento das áreas e atue rapidamente em caso de incêndios.
Risco de Incêndios e Monitoramento
As áreas mais propensas a grandes incêndios têm maior risco com a presença de visitantes, já que a atividade humana pode aumentar as chances de fogo. O monitoramento dos focos de incêndio é feito por terra e com o uso de drones. As equipes de brigadistas contratados e bombeiros civis também estão envolvidas nas ações de prevenção e combate.
Reforço nas Equipes e Parcerias Privadas
Nesta semana, a Fundação Florestal reforçou suas equipes, contratando mais 15 brigadas para somar às 19 já existentes. O critério de seleção foi baseado na sensibilidade ambiental e na vulnerabilidade das áreas. Regiões com menor risco de incêndio, como o litoral, cederam funcionários para apoiar o combate nas áreas mais críticas.
Além disso, o governo paulista tem contado com o apoio da iniciativa privada, como empresas do setor florestal que utilizam suas torres de monitoramento com câmeras de longo alcance para identificar focos de incêndio nas proximidades das unidades de conservação. Empresas dos setores de energia, gás, açúcar e concessionárias de rodovias também estão colaborando com infraestrutura e tecnologia no combate às queimadas.
Aumento dos Incêndios e Previsões Climáticas
O número de focos de incêndio no estado de São Paulo cresceu 386% entre janeiro e agosto de 2024 em comparação ao ano anterior. Segundo dados, 317 municípios foram afetados, com mais de 8 mil propriedades rurais atingidas. A situação se agravou entre os meses de agosto e setembro, com 245 cidades registrando queimadas, sendo que 48 delas estão em alerta máximo.
As condições climáticas continuam desfavoráveis. De acordo com a meteorologista Desiree Brant, da Defesa Civil, os primeiros 20 dias de setembro devem ser marcados por tempo seco, com temperaturas elevadas e baixa umidade do solo, o que aumenta ainda mais o risco de incêndios.