Após fraude contra Guerrero, PF investiga golpe no FGTS de mais jogadores de futebol

Atualizado em 30 de maio de 2024 às 20:57
Paolo Guerrero. Foto: Divulgação

A Polícia Federal está investigando um golpe contra o jogador peruano Paolo Guerrero, ex-Corinthians e Flamengo, que teve R$ 2,3 milhões sacados de forma fraudulenta do seu Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). A operação também busca identificar se outros jogadores de futebol profissional foram vítimas dessa quadrilha que desvia valores do FGTS.

Guerrero descobriu a fraude quando tentou sacar o saldo da rescisão do seu contrato com o Sport Club Internacional, do qual saiu no final de 2021. Seis dias antes, um impostor se passou por agente do jogador e, usando documentos falsos, retirou todo o dinheiro.

O valor foi transferido para uma conta falsa em um banco privado e, posteriormente, para outras duas contas. Graças a uma ordem judicial, a polícia conseguiu bloquear parte do montante. A Caixa Econômica Federal, que administra as contas do FGTS, deve ressarcir o jogador.

Na terça-feira (28), a PF deflagrou uma operação e cumpriu seis mandados de busca e apreensão na Região Metropolitana. Segundo as investigações, a quadrilha atua há cerca de 10 anos e dois dos suspeitos já haviam sido investigados em 2015 e 2017. Os criminosos, que anteriormente eram empresários ou agentes de jogadores, possuíam conhecimento sobre como representar atletas, facilitando a fraude.

Policia Federal. Foto: Divulgação

De acordo com a Polícia Federal, não houve envolvimento de funcionários da Caixa Econômica Federal. O golpe foi possível porque ninguém verificou adequadamente a documentação apresentada pelo falso agente. Os golpistas enfrentarão acusações de estelionato, falsificação de documento público, uso de documento falso e associação criminosa. As penas para esses crimes podem chegar a 20 anos de prisão.

A PF, baseada em dados da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), informou que atualmente cerca de 27 mil jogadores estão registrados com carteira assinada no Brasil. Destes, 97% ganham até R$ 1,5 mil e contribuem com 8% de FGTS, enquanto os outros 3%, que recebem altos salários, recolhem valores mais elevados de FGTS.

Em nota, a Caixa afirmou que está continuamente aprimorando seus critérios de segurança e que observa as melhores práticas de mercado e as necessidades de evolução em resposta às fraudes.

A instituição destacou que possui estratégias, políticas e procedimentos de segurança para proteger os dados e as operações de seus clientes, utilizando tecnologias avançadas e equipes especializadas para garantir a segurança de seus processos e canais de atendimento.

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