A reforma ministerial promovida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nos últimos meses não resultou em apoio unânime ao governo no Congresso Nacional. Dos 43 votos favoráveis à aprovação do marco temporal, 34 vieram de senadores de partidos que compõem a base do governo.
Houve 5 votos favoráveis e uma abstenção do PP, partido do novo ministros dos Esportes, André Fufuca, cuja bancada é formada por seis senadores. Do União Brasil, partido de Celso Sabino, que assumiu a pasta do Turismo, todos os 8 senadores aderiram ao projeto contra os indígenas. O Republicanos, de Silvio Costa Filho, titular do ministério dos Portos e Aeroportos, despejou todos seus quatro votos a favor da tese defendida pelos ruralistas.
No total, dos 18 votos desses três partidos, 17 foram contra a posição do governo.
Houve dissidência mesmo da base considerada mais fiel a Lula, com nomes como Renan Calheiros (MDB-AL) e Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) votando a favor da iniciativa. Jorge Kajuru (PSB-GO), que é do partido do vice-presidente Geraldo Alckmin, também apoiou a proposta.
O texto-base do projeto segue agora para análise de Lula. Segundo o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (Sem partido-AP), o petista deve vetar o texto.
“Por óbvio que um governo com a característica do governo do presidente Lula não tem como sancionar um texto como este, porque não se trata somente do debate sobre o marco temporal”, afirmou.