Após Mion apontar “absurdo” de Tarcísio sobre autismo, governador reconhece: “Erramos”

Atualizado em 10 de fevereiro de 2023 às 19:41
Apresentador Marcos Mion. Foto: Reprodução

O apresentador Marcos Mion criticou o governo de São Paulo por dizer que o autismo pode “deixar de existir” ao vetar um projeto de lei que prevê validade vitalícia a laudos médicos que atestem o transtorno do espectro autista.

“É um dos maiores desserviços que já vi na minha vida. […] Isso é um absurdo. […] Que tristeza ouvir isso. Ainda mais depois de tantos anos falando de autismo em todos os microfones que consigo”, disse Mion, em vídeo publicado nas redes sociais.

Ao vetar o projeto na última quarta-feira (8), o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) justificou que o autismo em crianças pode “passar”. A decisão provocou a revolta do apresentador, que é pai de um jovem autista de 17 anos.

Segundo Tarcísio, a área técnica da Secretaria de Saúde apontou que o autismo “diagnosticado precocemente até os cinco anos e onze meses de idade é mutável, podendo mudar tanto de gravidade como até mesmo deixar de existir”.

“Que fique claro, autismo não é doença, governador [Tarcísio], e por isso não tem cura”, declarou Mion. “Não é igual uma dor de cabeça, que você toma um remédio e já era.”

O apresentador ainda disse que o republicano pode voltar atrás. “Podem existir outras mil desculpas pra não aprovarem esse PL, mas essa que deram é lamentável. Sem nenhum tipo de embasamento, sem consultar ninguém da área, nenhum especialista.”

Nas redes sociais, Tarcísio de Freitas se desculpou. “Erramos. É importante esclarecer que o entendimento do Governo de São Paulo é que o diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista é permanente e, portanto, os direitos serão definitivos. Falhamos ao deixar passar uma redação que não deixasse clara essa postura. Agora, vamos aperfeiçoar o projeto, ampliar e incluir outras deficiências neste laudo definitivo”, escreveu o governador no Twitter.

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