O editorial canalha da Folha, “Jair Rousseff”, virou um case internacional de tiro no pé.
Provavelmente, os responsáveis pela peça comemoraram o achado assim que publicaram. “Vamos causar”, pensaram.
A reação à junção Bolsonaro e Dilma no mesmo balaio para defender o teto de gastos e o neoliberalismo gerou uma reação intensa nas redes.
A piada de mau gosto foi amplamente repudiada por gente de esquerda e centro (os isentões, se preferir).
A ex-presidente dissecou o caráter golpista do jornal num libelo em que lembrou da famosa fake news de sua ficha falsa do Dops estampada na capa.
A ombudsman falou em “circo de horrores” ao vincular Dilma a “alguém que, entre outras coisas, celebra o torturador Brilhante Ustra e já disse, para voltarmos ao tema central deste texto, que não estupraria uma deputada porque ela não merece”.
Lula deu a resposta mais dura.
A Folha “apoiou os torturadores” e “está com Bolsonaro e contra Dilma, sempre esteve”, escreveu.
Os donos são “covardes e misóginos, porque para defender seus interesses não vacilam em atacar uma mulher honesta e digna como eles nunca foram.”
Está criado um dilema para Fernando Haddad, colunista do velho diário da família Frias.
Faz sentido ele continuar lá?
Para a Folha, Haddad é um álibi para provar seu falso “pluralismo”.
Ele está para a Folha como Hélio Negão para Bolsonaro, cuja função é mostrar que o chefe não é racista.
Os textos sensaborões não fazem a menor diferença nesse arranjo.
Não sei dizer, francamente, o que Haddad ganha em contrapartida. Prestígio na academia, talvez.
Voto, definitivamente, é que não é.
O leitor da Folha é um reacionário de bermuda e o editorial foi endereçado a ele.
O divórcio entre Haddad e a Folha deve ser amigável. Vamos ver quem pede primeiro a separação.
Um casamento de aparências pode ter chegado ao fim. Sorte de Fernando Haddad.