Após vexame, advogado do “Pequeno Príncipe” atribui erro a “calor do momento”

Atualizado em 15 de setembro de 2023 às 17:54
Hery Kattwinkel, representante do bolsonarista Thiago de Assis Mathar. Foto: reprodução

O advogado criminalista Hery Kattwinkel, recentemente expulso do partido Solidariedade por fazer comentários críticos a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) durante uma sustentação oral, divulgou uma carta sobre a decisão do partido e esclareceu o erro que cometeu durante o julgamento.

Na carta, Kattwinkel reconheceu que errou na citação. Ele escreveu que, no “calor do momento”, confundiu personagens de dois livros: “O Pequeno Príncipe”, de Antoine de Saint-Exupéry, e “O Príncipe”, do filósofo Nicolau Maquiavel.

Durante sua sustentação, ele virou meme ao dizer: “Já disse o Pequeno Príncipe: os fins justificam os meios e podemos passar por cima de todos”. Outra gafe cometida no tribunal foi citar “Afonso Pilatos” no lugar de “Pôncio Pilatos”, personagem bíblico que condenou Jesus.

O advogado explicou que esse erro foi meramente formal e que o corrigiu imediatamente. Ele destacou: “É uma questão tranquila e natural para qualquer pessoa, uma vez que sei do potencial jurídico de nosso escritório e se trata de um erro meramente formal frente ao calor do momento, corrigido logo em seguida”.

Kattwinkel também se mostrou preocupado com o fato de o erro de citação ter ganhado mais destaque do que o próprio caso de seu cliente, Thiago de Assis Mathar. O bolsonarista foi condenado a 14 anos de prisão e ao pagamento de 100 dias-multa pelo STF devido à sua participação na invasão ao Palácio do Planalto durante os protestos de 8 de janeiro.

O advogado também comentou sua desfiliação do Solidariedade e revelou que possuía divergências ideológicas com o partido. Ele afirmou que as diretrizes da legenda não eram as mesmas que defendia. No entanto, expressou gratidão pelo tempo que esteve no partido.

Kattwinkel reforçou sua crença de que o julgamento no STF em relação aos manifestantes de 8 de janeiro tinha uma natureza mais política do que jurídica. Ele defendeu que, durante sua sustentação oral, manteve uma postura de respeito perante a corte, mas não deixou de ser combativo diante das ilegalidades que, em sua visão, ocorreram durante o processo.

O defensor de Mathar também já foi condenado por violência doméstica contra a mulher por bater na mãe e na irmã, em novembro de 2016. Segundo o boletim de ocorrência, ele teria chutado a mãe, apertado o pescoço da irmã e batido a cabeça dela no chão, durante uma discussão, na casa da família.

Veja a publicação de Hery Kattwinkel:

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