No primeiro evento público após anunciar o coronel da reserva Ricardo de Mello Araújo (PL) como seu vice, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) enfrentou críticas à aliança. Neste sábado (22), Nunes participou da inauguração de um campo de futebol na Vila dos Andrades, no Campo Limpo, zona sul de São Paulo, relata a Folha.
Durante o evento, Guilherme Corrêa, líder comunitário e membro do movimento Salve Periférico, criticou a escolha do vice-prefeito. No palco ao lado de Nunes, Corrêa comentou que havia visto no noticiário a indicação de Mello Araújo por Jair Bolsonaro (PL).
Corrêa expressou sua insatisfação com a escolha, afirmando que as comunidades da favela não aceitam mais armas em seu meio. “Nós queremos livros, Bíblia, pessoas com o olhar social. Favela é tudo menos arma. Favela não tem vagabundo”, disse Corrêa, enfatizando a necessidade de uma abordagem social e educativa.
A decisão de Nunes tem gerado preocupação entre líderes partidários e vereadores. Eles alertam que a presença de Mello Araújo na campanha pode complicar a aceitação em algumas regiões periféricas de São Paulo, onde a Polícia Militar não é bem-vista.
Em campanhas anteriores, como a de 2022 com Rodrigo Garcia (então no PSDB) para governador e em 2020 com Bruno Covas (PSDB) para prefeito, vereadores relataram dificuldades em fazer campanha em certas áreas da cidade. A razão apontada foi a associação do PSDB com o comando da Polícia Militar.
A situação atual reflete esses desafios, com vereadores da base de Nunes temendo o impacto negativo de Mello Araújo nos materiais de campanha. A preocupação é que o nome do coronel possa ser mal recebido nas regiões onde a presença policial é problemática.