Apostas em lotérica e Pix para Michelle: os gastos de Bolsonaro segundo a PF

Atualizado em 8 de julho de 2024 às 21:20
Bolsonaro com expressão de chateação, perto de vários microfones
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – Agência Brasil

A Polícia Federal (PF) encontrou no celular de Marcelo Câmara, assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), uma planilha detalhando despesas e receitas mensais do político. Entre os gastos, destacam-se apostas em lotéricas, transferências Pix de R$ 6 mil para Michelle Bolsonaro (PL), aluguel de R$ 13 mil da residência em Brasília, e um pagamento de boleto ao Supremo Tribunal Federal (STF) no valor de R$ 223,79.

O relatório da PF que levou ao indiciamento do ex-mandatário por peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro revela que a planilha é um controle financeiro dele referente a abril de 2023, possivelmente elaborado por Câmara. Entre as despesas fixas estão o aluguel de carro da ex-primeira-dama, no valor de R$ 1.980, e despesas educacionais na Faculdade Estácio, de R$ 298,84.

De acordo com o jornal O Globo, Bolsonaro gastou R$ 2.464,50 em apostas lotéricas no referido mês. As planilhas indicam duas apostas de R$ 945 cada, ressarcimento de R$ 480 a Osmar Crivelatti por dois bolões da Mega Sena, e uma quinta aposta de R$ 94,50.

Câmara, coronel da reserva e ex-assessor de Bolsonaro, foi preso pela PF na operação Tempus Veritatis. Ele foi solto em maio de 2023, após articulação envolvendo o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o ministro do STF Alexandre de Moraes.

A PF destaca que Câmara assumiu funções antes desempenhadas pelo tenente-coronel Mauro Cid, incluindo acesso a informações pessoais, dados bancários e fiscais de Bolsonaro.

Marcelo Câmara, ex-assessor de Bolsonaro, sério, olhando para a câmera
Marcelo Câmara, ex-assessor de Bolsonaro – Reprodução

As planilhas também revelam contas mantidas pelo ex-presidente no exterior. Em abril de 2023, ele tinha US$ 151.337,45 no BB Américas e R$ 208.386 no Banco do Brasil. A PF detectou uma transferência de R$ 800 mil da conta brasileira para a do BB Américas em dezembro de 2022, três dias antes de ele deixar o Brasil rumo aos EUA.

A defesa de Bolsonaro afirmou que ele não pretendeu se apropriar de bens públicos. Os advogados argumentam que o caso deveria tramitar na Justiça de Guarulhos, não no STF sob a relatoria de Alexandre de Moraes. A PGR, inicialmente favorável a Guarulhos, revisou sua posição.

O escândalo das joias foi revelado em março de 2023. Dois kits de joias sauditas, trazidos para o Brasil em 2021, não foram registrados no patrimônio da Presidência e ficaram em um cofre do Ministério de Minas e Energia até novembro de 2022. Um terceiro kit foi entregue a Bolsonaro em 2019 e guardado em Brasília.

Além de Bolsonaro e Mauro Cid, outras nove pessoas foram indiciadas pela PF, incluindo o ex-ministro Bento Albuquerque, Fabio Wajngarten, e o general Mauro Cesar Lourena Cid. Os crimes variam entre peculato, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

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