Jorge Guaranho, ex-policial penal bolsonarista que matou o guarda municipal e tesoureiro do PT Marcelo Arruda em Foz do Iguaçu (PR), gritou coisas como “Aqui é Bolsonaro” e “Petistas vão morrer” antes de cometer o crime. As declarações constam em parecer técnico que será usado contra ele na Justiça.
O documento tem 61 páginas e fará parte da tese de Daniel Godoy Junior, assistente de acusação, para argumentar que o crime teve motivação político. A defesa de Guaranho nega a motivação e diz que a morte de Arruda foi causada por uma “discussão de 5ª série”.
As declarações foram obtidas pelo laboratório Análise de Credibilidade a partir da leitura labial de Guaranho nas imagens de câmeras de segurança do local onde o crime ocorreu. Arruda foi assassinado durante sua festa de 50 anos, que tinha como tema o PT.
O ex-policial inicialmente gritou “Aqui é Bolsonaro! Bolsonaro, porra! Petralha”. Posteriormente, ele volta à festa e grita: “Petistas vão morrer! Pra baixo, pra baixo, pra baixo!”. O laboratório afirma que ignorou as informações prestadas nos depoimentos para elaborar o parecer.
Os especialistas afirmam que a análise se baseou na “situação comunicativa, além do estudo da análise corporal e das microexpressões faciais, com o objetivo de sobrepujar a qualidade limitada da imagem e acrescentando informações para além das identificadas através da leitura labial”.
“Desta forma, foi possível identificar a verbalização dos sons vocálicos, a parte dos sons consonantais, as expressões faciais de raiva e a postura intimidatória”, diz o documento. Godoy avalia que o parecer técnico demonstra “de forma bastante farta a existência de provas com relação à motivação política do crime”.