A escolha do atual procurador-geral da República, Augusto Aras, é considerada pouco transparente pelo presidente da ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República), Ubiratan Cazetta. O nome do atual ocupante do cargo não estava incluído na lista tríplice da categoria, que apesar de não estar prevista pela Constituição, foi respeitada pelos três últimos presidentes da República, menos por Jair Bolsonaro (PL).
Como revela o UOL, o chefe do Executivo rompeu a tradição e nomeou Aras, que se mostrou um grande aliado. No início desta semana, o procurador-geral pediu para o STF (Supremo Tribunal Federal) arquivar sete das dez investigações abertas contra Bolsonaro e aliados, a partir da CPI da Covid.
”A percepção de parte da sociedade é que Aras age mais como advogado do presidente da República, e isso é ruim”, diz Cazetta sobre o assunto.
Em entrevista ao portal, quando questionado sobre o motivo que levou Bolsonaro a escolher Aras, o presidente da ANPR respondeu que a nomeação se deu a partir de um processo opaco, e que não dá para saber de fato o motivo.
Ele criticou a não utilização da lista para a escolha, apontando que ”as pessoas que querem ser procurador-geral da República têm que se apresentar à sua classe, participar de debates”, mas sem a lista, isso não funciona da mesma forma.