O procurador-geral da República Augusto Aras deve entrar com um recurso contestando a operação da Polícia Federal que colocou na mira oito empresários bolsonaristas que integravam um grupo de WhatsApp no qual foi defendido um golpe de Estado caso Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vença as eleições de outubro.
De acordo com o Metrópoles, a PGR pediu acesso às investigações na última quarta-feira (24), mas Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal, ainda não autorizou o compartilhamento do material e Aras está aguardando.
O procurador ainda afirma que a PGR não foi intimada com antecedência pelo Supremo e que ficou sabendo da operação somente quando ela foi colocada em prática. Moraes rebateu a declaração e disse que a Procuradoria foi “intimada pessoalmente, com a entrega da decisão para a Assessoria de Apoio aos Membros da Procuradoria-Geral da República no STF”.
Pessoas ligadas a Aras também estudam solicitar ao ministro Dias Toffoli, do STF, que julgue uma arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF), do ano passado, em que a PGR pede que juízes sempre contatem o Ministério Público antes de decretar medidas cautelares e proferir decisões que restrinjam direitos fundamentais do cidadão.
A operação que Aras deve contestar aconteceu devido a uma troca de mensagens no grupo de WhatsApp Empresários & Política, no qual apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) fizeram ataques Supremo Tribunal Federal (STF), ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a oponentes do atual chefe do governo, além de defenderem abertamente um golpe de Estado caso Lula seja eleito.