O procurador-geral da República, Augusto Aras, criticou neste sábado (9) o acordo de delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), com a Polícia Federal (PF).
Em publicação nas redes sociais, Aras disse que a “PGR não aceita delações conduzidas pela Polícia Federal” e criticou os acordos feitos no âmbito da Operação Lava-Jato, como as do ex-ministro Antonio Palocci e de Sergio Cabral, ex-governador do Rio de Janeiro.
“A Procuradoria Geral da República não é de Augusto Aras. É da República Federativa do Brasil e é pautada pela Constituição. A PGR, portanto, não aceita delações conduzidas pela Polícia Federal, como aquelas de Antonio Palocci e de Sérgio Cabral, por exemplo”, afirmou o chefe da PGR.
A manifestação de Aras ocorre após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), homologar o acordo de delação sugerido por Cid. O magistrado também concedeu liberdade provisória ao militar.
Na última quarta-feira (6), Cid esteve no STF e foi recebido pelo juiz auxiliar Marco Antônio Vargas, que trabalha no gabinete de Moraes, para confirmar formalmente a intenção da delação.
O tenente-coronel está preso desde o início de maio por fraudes em cartões de vacinação contra a Covid-19. Além disso, o militar também é investigado no caso das joias recebidas por Bolsonaro.
— Augusto Aras (@AugustoAras) September 9, 2023