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Li agora a última coluna de André Singer na Folha. O cientista político e ex-porta-voz de Lula deixa de escrever no jornal, e a Folha anuncia a contratação do economista Armínio Fraga.
Que substituição.
Fraga foi presidente do Banco Central do governo de Fernando Henrique. Trabalhou para George Soros, com quem fez fortuna. É sócio da Gávea Investimentos, que administra as fortunas do próprio Fraga e de terceiros.
Fraga é, na essência, um homem que só pensa em mercado e em dinheiro. E sobre o que ele vai escrever na Folha? Pois o jornal informa:
“O economista abordará temas como desigualdade social e de renda no Brasil”.
É como se a Folha tivesse contratado Leonardo Boff para escrever sobre mercado financeiro e especulação.
Tive um acesso de riso (o primeiro deste mês) e derramei meia taça de vinho. Ainda bem que era um vinho meia boca.
A gente querendo que a Folha encontre o Queiroz e o jornal aparece com o Armínio Fraga.
.x.x.x.x.
PS: em sua primeira coluna, ele cumpriu a promessa e escreveu sobre desigualdade social — aproveitou para estocar Dilma Rousseff, de quem era oponente em 2014, como pré-nomeado ministro da Fazenda de Aécio Neves.
Veja dois trechos:
Com frequência se diz que o Brasil é a oitava economia do mundo. Tudo bem, não é de se jogar fora. Mas o que importa mesmo é a renda per capita, e aí caímos para a 75ª posição. Somos um país de renda média e também um dos mais desiguais, atrasado portanto.
(…)
Verdade que desde então avançamos bastante com a estabilização e a mudança de foco do Estado a partir de 1995, mas aos poucos um bom caminho foi sendo abandonado. A partir de 2011, o intervencionismo e a radical perda de disciplina fiscal levaram a um novo colapso. Foi uma volta a erros do passado, amplamente apoiada pelo andar de cima.