A aluna de uma das escolas de Aracruz (ES) que foi alvo de ataque nesta sexta (25) relatou como foi viver o massacre. Sofia Castro, estudante de 17 anos, diz que estava no pátio do colégio particular quando o atentado teve início.
“Eu não tinha noção do que estava acontecendo. Primeiro escutei um ‘pá’, e depois escutei a ‘tia da limpeza falando ‘meu neto’ ou ‘meu sobrinho’, não entendi muito bem. Então, o professor de geometria falou pra gente sair correndo, porque era tiro. ‘Saiam para o fundo da escola e arrumem um jeito de sair daqui, mas saiam correndo’”, contou ao Estadão.
Ela e outros alunos foram para os fundos da instituição e ficaram abaixados para tentar se proteger dos disparos. Sofia conta que achou ser uma “brincadeira”, mas notou o que estava acontecendo após ver crianças correndo. Os estudantes ficaram escondidos por alguns minutos até serem chamados pela mãe de uma outra aluna, que indicou uma saída.
“Tinha um portão aberto pelos fundos. A gente conseguiu sair e depois as outras crianças conseguiram também”, relata a adolescente. Sofia diz que foi “assustador” e teme não conseguir voltar para a escola após o atentado.
Mauro Balbino Fernandez, vizinho da primeira escola a ser atacada diz que viu crianças correndo na rua e ficou assustado. “Fiquei assustado, sem conseguir sair do lugar e com medo de levar um tiro”, conta.
Ele relata que sua neta, aluna de um dos colégios que foram atacados, também corria perigo. “Minha esposa veio correndo e disse que estava tendo tiroteio na escola dela também, então peguei o carro e fui para lá. Quando cheguei na escola, me telefonaram e falaram que era para eu voltar para casa porque minha neta estava lá. Uma faxineira a levou para casa”, contou.
O autor dos ataques às duas escolas foi preso, segundo o governador Renato Casagrande. De acordo com a prefeitura da cidade, três pessoas morreram e 11 ficaram feridas.