Ciro, que é senador eleito e presidente nacional do PP, teria deixado claro para um deputado de seu partido que apoia Lula no Nordeste: “Não tem problema. Vai na frente que, se precisar, depois eu vou atrás”, conforme informações do jornalista. O PP comanda o grupo de partidos chamado de centrão, que tem ampla maioria para o governo no Congresso. Ciro está afastado de Lula no momento, porém já foi próximo do ex-presidente.
Arthur Lira, por sua vez, pretende continuar no comando da Câmara no ano que vem. Para isso, ele não busca apenas votos entre os governistas e tem tentado também conquistar apoio de aliados de Lula. O deputado quer concorrer a reeleição, mesmo com a possível vitória do ex-presidente. E que não fará oposição ao presidente eleito e nem Lula vai querer abrir guerra.
“Você sabe que eu sempre tive uma postura correta, institucional”, disse a um deputado da oposição com quem mantém diálogo.
Segundo o colunista, foi para reafirmar essa “postura institucional” que o presidente da Câmara foi contrário às ameaças de Bolsonaro ao sistema de apuração das eleições. “O processo eleitoral brasileiro é uma referência. Pensar diferente é colocar em dúvida a legitimidade de todos nós, eleitos, em todas as esferas“, escreveu Lira no Twitter.
Ainda segundo a reportagem, em conversas reservadas, líderes de partidos que fazem oposição a Bolsonaro hoje, dizem que se Lula vencer a eleição terá que avaliar se poderá eleger um presidente da Câmara que seja de sua confiança, ou se terá que continuar com Lira.
“Tudo depende do tamanho que as bancadas terão após as eleições. O Lira está forte aqui dentro, tem trabalhado muito. Não dá para a gente se antecipar num caso desses” disse à coluna uma liderança do PT.