Articuladores do partido de Marçal trocaram carros de luxo por cocaína para o PCC, diz polícia

Atualizado em 5 de outubro de 2024 às 12:53
Pablo Marçal, ex-coach e atual candidato à Prefeitura de SP pelo PRTB – Foto: Reprodução

Uma investigação da Polícia Civil revelou que antigos aliados do presidente nacional do PRTB, Leonardo Avalanche, e articuladores da legenda de Pablo Marçal estão envolvidos em troca de carros de luxo por drogas com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Entre os acusados estão Tarcísio Escobar de Almeida, ex-presidente estadual do PRTB em São Paulo, e Júlio César Pereira, conhecido como Gordão, sócio de Escobar e participante de eventos do partido. Com informações do Estadão.

Tarcísio Escobar de Almeida, ex-presidente estadual do PRTB em São Paulo e o ex-coach e atual candidato à Prefeitura de SP, Pablo Marçal – Foto: Reprodução

Escobar e Gordão eram homens de confiança de Leonardo Avalanche, o fiador da candidatura de Marçal. Apesar de Escobar ter sido nomeado presidente estadual do PRTB em março deste ano, ele foi afastado após três dias por “não ter título de eleitor”. Mesmo assim, continuou a atuar em reuniões políticas e eventos, incluindo atividades ao lado de Marçal. Já durante a campanha eleitoral, os dois não foram vistos em agendas públicas do candidato.

Pablo Marçal, candidato à Prefeitura de SP pelo PRTB e o presidente de seu partido, Leonardo Avalanche – Foto: Reprodução

Procurados, os acusados negaram qualquer ligação com o PCC. Avalanche afirmou ter rompido com Escobar após as primeiras reportagens. Marçal comentou nas redes sociais que não pede “certidão negativa de ninguém” ao tirar fotos em campanha e, em entrevista, disse que quem deve explicações é Avalanche.

As investigações começaram em 2020, quando a polícia apreendeu com Francisco Chagas de Sousa, o Coringa, uma arma, drogas, um celular e um pendrive com informações do PCC. A polícia descobriu que Coringa atuava diretamente no tráfico interestadual, usando veículos como pagamento por drogas do Paraná. Escobar e Gordão foram identificados como financiadores, fornecendo carros de luxo para serem trocados por drogas.

Em conversas telefônicas interceptadas, Gordão pediu a Coringa ajuda para vender uma BMW X5, afirmando que Escobar explicaria o negócio. Segundo os investigadores, o lucro obtido do tráfico de drogas era dividido entre Coringa, Gordão e Escobar. A polícia afirma que os acusados tinham total conhecimento de que os veículos entregues seriam usados para a aquisição de drogas, gerando altos lucros.

Escobar continuou presente em eventos do PRTB mesmo após ter sido afastado da presidência estadual. Participou de reuniões na Assembleia Legislativa de São Paulo e encontros políticos em diferentes regiões do estado, sempre se apresentando como presidente do partido. A atuação de Gordão foi mais discreta, aparecendo em uma reunião política em Pindamonhangaba para discutir alianças eleitorais.

O esquema de tráfico funcionava com Escobar e Gordão entregando veículos a Coringa, que os trocava por drogas no Paraná. Essas drogas eram revendidas e os lucros divididos. A polícia também descobriu áudios em que Gordão e um comparsa discutiam o controle de membros do PCC em diversas regiões.

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