Empresas de comunicação viram companhias de mídia.
Isto explica porque a AT&T resolveu comprar a Time Warner por U$ 85.4 bilhões. Mas há mais que isso: empresas de mídia estão virando companhias de telecomunicacão.
Empresas como Google, Facebook, Amazon e Netflix são as novas companhias de mídia. Divulgam enormes quantidades de vídeo online, e são uma ameaça direta à velha televisão e produtoras de cinema. Mas também estão se tornando telecoms, ameaçando gente como AT&T e Verizon.
Financiam cabos submarinos que ligam seus data centers. Compram infraestrutura de fibra ótica. Google oferece serviço de internet de alta velocidade. A Amazon espera se tornar uma fornecedora de serviço de internet na Europa.
Neste cenário, as telecoms têm de responder. E isto significa desafiar gigantes da tecnologia na área da mídia. A fusão AT&T Time Warner combina dois grandes poderes. A AT&T é a maior fornecedoraa americana de TV paga, a segunda maior de wireless e a terceira maior de internet doméstica.
A Time Warner têm um número impressionante de propriedades de mídia, incluindo HBO, CNN, Warner Brothers, DC Comics, TBS, TNT, Cartoon Network e direitos de transmissão de muitos eventos esportivos. Mas mas não possui a Time Warner Cable, uma entidade separada comprada pela Charter Communications no começo deste ano.
O acordo se dá depois da fusão da Comcast com a NBC em 2011, e a aquisição da AOL pela Verizon no ano passado, que ainda pretende comprar o Yahoo este ano.
Há críticas aos modelos. Robert McChesney, professor de comunicação da Universidade de Illinois, diz que estes tipos de megafusões raramente beneficiam o público: “Esta é uma fusão que não faz sentido. Não há razão de ser, nem para consumidores ou trabalhadores”.
O mundo tanto das telecomunicações quanto da internet mudou muito de lá para cá, mas o professor de economia da Universidade de Nova York, Nicholas Economides, nota que a AT&T tem uma história desastrosa com aquisições. Comprou por exemplo a empresa de tecnologia NCR em 1991 por U$ 7.4 bilhões para vendê-la seis anos mais tarde por U$ 3.4 bilhões. Pior: a incrível compra da AOL pela Time Warner por U$ 165 bilhões em 2000, da qual se desfez em 2009 por U$ 2.5 bilhões.
Facebook faz publishers correrem atrás de público direto
Graças às eternas mudanças de algoritmos do Facebook, editores lutam para construir conexões diretas de audiência através de newsletters por email, homepages redesenhadas e até mesmo notificações push em desktops.
The Washington Post, Mic e Vice estão todos experimentando pedir a visitantes em seus sites permissão para enviar a eles notificacões periódicas através de seus browsers. O Chrome tornou possível no ano passado que websites façam notificações push da mesma forma que apps fazem, o que o Safari havia feito antes.
Quando o leitor entra em um site, uma caixa de diálogo abre perguntando se querem receber alertas, que o editor envia então, quer estejam no site ou não.
O Washington Post lançou notificações pelo Chrome em setembro e desde então conseguiu 200 mil adesões. Foram enviadas 20 até agora. Os alertas, que vão desde breaking news até matérias longas, estão conseguindo uma taxa de clicks de 33 por cento.
A Mic permitiiu notificações por desktop sete meses atrás (e um mês e meio atrás por celular), e 10 por cento de usuários de Chrome e Safari em desktop optaram por seus alertas, conta o Digiday. Estas pessoas passaram 10 por cento de tempo a mais lendo do que aqueles que não entraram por adesão. O New York Times tem uma equipe de 11 pessoas trabalhando com notificações push para seus leitores.
O próximo passo é a personalização. O Guardian adotou esta abordagem quando seu Mobile Innovation Lab começou a usar noticações para celulares e desktops sobre grandes eventos, como Olimpíada, Brexit e os debates da campanha presidencial americana.
Em breve, milhares de drones vão espalhar sinais da internet
O Facebook planeja lançar milhares de drones com sinal de internet na próxima década. O drone, Aquila, é movido a energia solar.
Andrew Cox, engenheiro que trabalha com o aparelho, contou recentemente que, em termos de constelações de aeronaves, ” agora prevemos que vamos ter milhares delas em dez a quinze anos”. “Temos uma equipe de sistemas de arquitetura neste desenvolvimento, e estamos de olho no momento em 35 a 40 países”. Ele não revelou quais seriam os primeiros países, mas afirmou que um dos maiores obstáculos são as regulações.
“No momento, elas não existem para este tipo de aeronave”, disse ele. “Há um consórcio de diversas grandes empresas, incluindo AirBus, e o que fazem é trabalharem juntas para conversar com os reguladores e tentar ajudá-los a desenvolver as regras”.
“Não devemos celebrar os esforços do Facebook de levar a Internet a todos, porque não é isso que estão fazendo”, diz o advogado especializado em transparência David Sasaki, segundo a Newsweek. “Quando Mark Zuckerberg diz que o acesso à internet é um direito humano, o que ele está falando é que o acesso ao Facebook deve ser um direito humano”.
Amazon também acredita que o espaço é a próxima fronteira
A internet está com um problema para novos empreendedores: infraestrutura, diz Jeff Bezos, CEO da Amazon.
Ao falar recentemente no New Establishment Summit da Vanity Fair, em São Francisco, Bezos disse que o único propósito de seu projeto espacial Blue Origin é construir algum tipo de estrutura para o espaço da qual a Amazon desfrutava em 1995, nos primórdios da internet.
“Dois garotos em seu dormitório na faculdade podem reinventar um setor”, afirmou ele. “Mas dois garotos assim não podem fazer nada interesssante no espaço”. Segundo ele, a reutilização de foguetes tem de ser melhorada, e tanto sua Blue Origin quanto a SpaceX, de Elon Musk, trabalham na meta de reduzir em muito o custo de enviá-los para o espaço.
Bezos lembra existirem diversos constrangimentos para impedir o tipo de espírito empreendedor que ajudou a criar a internet, para fazer o mesmo por um negócio especial da próxima geração. “Precisamos colocar coisas grandes no espaço a um custo baixo”.
A Amazon tem novos negócios similares dedicados ao futuro da computação. A Amazon Web Services, que aluga servidores na nuvem para startups e mesmo a enormes empresas de tecnologia como Spotify e Netflix, é um exercício vigoroso que tem dado certo para a companhia, conta a Verge.