As meninas do vôlei e os meninos do futebol

Atualizado em 12 de agosto de 2012 às 8:50

 

Elas merecem

 

A seleção feminina de vôlei é um antídoto poderoso ao baixo astral da seleção de futebol. A graça, o talento, a simplicidade, o bom humor sem afetação (e a eficiência do técnico Zé Roberto Guimarães) contrastam de maneira brutal com aquela turma de milionários mimados, especialistas em passos de dança idiotas, com um técnico que fala um dialeto pomposo como se trabalhasse na Nasa.

O ouro veio para uma equipe que não depende do brilho eventual de um Neymar (mas como Jaqueline jogou, meu Deus).

Elas são bicampeãs olímpicas, dando ainda mais consistência ao trabalho da Confederação Brasileira de Vôlei, que nas últimas quatro décadas, transformou um esporte antes irrelevante na segunda modalidade mais praticadas pelos brasileiros – desde 1976, nenhuma entidade esportiva nacional mandou tantos atletas ao pódio quanto ela. Somando a quadra e a praia, são 20 medalhas em Jogos Olímpicos.

São algumas gerações de talentos que deixaram sua marca e sua inspiração, como Isabel, Ana Moser, Jaqueline Silva, Fernanda Venturini, Vera Mossa. Zé Roberto é três vezes campeão, a primeira delas como treinador do time masculino nas Olimp[iadas de Barcelona, em 1992.

As meninas venceram os Estados Unidos, que estavam invictos, e ainda imitaram, no pódio, a cena em câmera lenta do insuportável tema de Carruagens de Fogo. Depois do fiasco do time medíocre de Mano Menezes, o sábado foi salvo pela força, o caráter, a alegria e a precisão de Dani Lins, Sheilla, Jaqueline, Fernanda Garay, Fabiana, Thaisa e Fabi, Tandara, Paula Pequeno, Fernandinha e Adenízia. Jogam muito, pelamordedeus.

 

Ele merece