PUBLICADO NO GGN
POR WILSON LUIZ MULLER
Seguem abaixo algumas notícias desde o início do ano de 2016, quando os defensores do chamado mercado anunciavam a retomada do crescimento econômico tão logo a presidente Dilma fosse deposta.
Março de 2016: “O efeito nos investimentos seria instantâneo. Bastaria uma troca da sinalização”. A afirmação foi do presidente da rede varejista Riachuelo sobre uma eventual deposição da presidente Dilma.
14 de março de 2016: “Se Dilma sair, PIB dobra” – O Antagonista
A projeção de recuperação do PIB para crescimento de 1% em 2017 passa para até 2% caso haja mudança no …
17 de agosto de 2016 (três meses após o golpe contra a Dilma): Governo aumenta para 1,6% previsão de crescimento da economia para 2017. Os sinais de recuperação da economia levaram o governo a aumentar a previsão de crescimento para 2017…
02 de janeiro de 2018: Mercado eleva previsão e espera crescimento de 2,7% no PIB para 2018. Previsão de alta do PIB no próximo ano (2019) subiu de 2,53% para 2,55%.
31 de dezembro de 2018: O mercado financeiro reduziu suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2018 e aumentou para 2019. A expectativa de alta para o PIB este ano (2019) passou de 2,70% para 2,66% no Relatório de Mercado Focus.
16 de janeiro de 2019: Recentemente os analistas do mercado financeiro melhoraram a previsão de crescimento do PIB – Produto Interno Bruto – de 2019. De acordo com os dados do Relatório Focus, a partir de um levantamento feito com mais de 100 instituições financeiras, a previsão para o PIB 2019 passou de 2,53% para 2,57%. Para os anos seguintes, 2020 e 2021, os economistas não alteraram as previsões de crescimento tanto do PIB […] em 2,5% em 2020. Para 2021, a previsão é de 2,5% para o crescimento do PIB.
11 de novembro de 2019: Governo eleva previsão de crescimento do PIB em 2020 para 2,32%.
Para 2020, a alta esperada passou de 2,17% para 2,32%. O movimento foi antecipado pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado).
Se esses “especialistas” do mercado fossem merecedores de crédito, até o final de 2019 o país teria crescido em torno de 7,5%, o investimento e os empregos teriam voltado. Mas estão nos entregando um crescimento acumulado um pouco superior a 3% em três anos, fuga de capitais, mais de quarenta milhões entre desempregados e subempregados. Qualquer um pode errar de vez em quando, e por pouco. Mas errar sempre nas estimativas, e por tanto, é sinal de vigarice e má fé. É pura empulhação. As previsões dos “especialistas” não passam de chutes que refletem o desejo dos donos da banca. Não há base real, não há estudo sobre quais seriam os setores a puxar o tal crescimento chutado. É pura manipulação para manter a opinião pública presa a falsas expectativas que nunca se realizam.
E agora vêm eles de novo com seu número cabalístico de 2,5% – sempre o mesmo número para depois entregar 1%. Por que chutam 2,5%? Arrisco um palpite, dado o nível de picaretagem e mentira a que fomos expostos nos últimos quatro anos. Se falassem um por cento, todos iriam gritar: mas foi para isso que tiraram a Dilma e prenderam o Lula? Se falassem 3% por cento, ninguém iria acreditar mesmo. Então vai ser sempre o mesmo 2,5%, até onde aguentarmos sem se rebelar.
Quando eles vêm com esse papo de previsão de crescimento em torno de 2,5% devíamos mandá-los plantar batatas! Ou mandioca! Que façam qualquer coisa que tenha alguma utilidade na vida. Que nos poupem desses chutes sem fundamento. Se conseguirmos convencer alguns desses vendedores de ilusões a plantar qualquer coisa, talvez os ajudemos a fazer o PIB crescer um pouco além desse mísero 1% a que nos condenaram.
Wilson Luiz Müller – Membro do Coletivo Auditores Fiscais pela Democracia (AFD)