Na próxima quarta-feira (30), o australiano Julian Assange, criador do Wikileaks, vai se casar com sua noiva, Stella Moris, mãe de seus dois filhos. A cerimônia vai acontecer em Belmarsh, prisão de segurança máxima na Inglaterra, onde está detido.
O casamento terá quatro convidados, sendo duas testemunhas e dois seguranças. Stella falou de sua alegria por poder se casar com Assange, apesar das restrições impostas ao casamento, que deve terminar quando o horário de visitas terminar.
“Obviamente, estamos muito animados, mesmo que as circunstâncias sejam muito restritivas. Todos os convidados e testemunhas devem sair assim que a cerimônia terminar, mesmo que seja antes do término do horário normal de visita. Julian está ansioso pelo casamento porque finalmente está acontecendo, muitos meses depois de termos feito o pedido”, disse a noiva.
Do lado de fora da prisão, seus apoiadores se reunirão para uma recepção de casamento improvisada sem a presença do noivo. Mas depois do casamento, Stella sairá da prisão e cortará o bolo. A multidão foi convidada a se vestir como se estivesse participando de um casamento.
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Assange luta contra extradição
Assange luta contra um pedido de extradição feito pelos Estados Unidos, onde enfrenta ao menos 18 acusações criminais, incluindo uma violação da lei de espionagem, e conspiração para invadir computadores do governo. No final de 2021, a Justiça britânica aprovou um pedido de recurso dos EUA para a extradição de Assange.
Ele é fundador do Wikileaks, uma organização sem fins lucrativos que publica, anonimamente, documentos confidenciais de governos e empresas, e está envolvida no que foi chamado de o maior caso de vazamento de informações militares do país.
Considerado por apoiadores como uma vítima de ataques contra a liberdade de expressão, Assange passou sete anos vivendo dentro da embaixada do Equador em Londres. Após este período, ele foi preso pelas autoridades britânicas e está há mais de dois anos em uma penitenciária de segurança máxima na Inglaterra.