O deputado federal Mario Frias (PL-SP) indicou como assessor parlamentar o filho de um empresário ligado a fundação acusada de desviar R$ 3,5 milhões com empresa laranja. Matheus Serafim é filho do empresário Antonio Francisco Serafim, que ganhou destaque como um dos nomes à frente da Fundac (Fundação para o Desenvolvimento das Artes e da Comunicação), entidade suspeita de desviar R$ 3,5 milhões.
O ex-presidente da fundação, Ricardo dos Santos Castilho, apresentou, nesta segunda (20), uma carta de renúncia do posto após um pedido de intervenção do Ministério Público do Distrito Federal e de suspeitas de desvios.
A Fundac é uma entidade privada que teria feito o pagamento, entre maio de 2021 e março de 2023, de valores à empresa Bruno Meireles de Souza Serviços Administrativos e de Informática Ltda, que pertence a um suposto funcionário da instituição e que seria ligado a Castilho. A empresa foi criada no mesmo mês em que começou a emitir notas fiscais e declarou um capital de R$ 5 mil.
A fundação presta serviços para a TV Justiça, do Supremo Tribunal Federal (STF), TV Alesp, da Assembleia Legislativa de São Paulo, e TV Câmara, da Câmara Municipal de São Paulo.
A entidade privada e sem fins lucrativos foi instituída em 1999. Ela atua em parceria com o poder público e é especializada em televisão legislativa. A receita anual da Fundac é estimada em R$ 84 milhões e ela possui cerca de mil funcionários, que sofrem com atrasos de salário de maneira recorrente.
As suspeitas de desvio foram apresentadas à Polícia Civil de São Paulo na última quinta (16). O autor da denúncia é o advogado Danilo Alexandre Mayriques, presidente do Conselho Curador, que constatou o suposto crime após levantamento interno.
A queixa foi registrada após reunião tensa na sede da fundação, que motivou o advogado a registrar boletim de ocorrência por se sentir impedido de desempenhar o papel de fiscalização.
O pedido de intervenção feito pelo Conselho Curador á Promotoria ocorreu no início do mês e é assinado por Mayriques e pelos professores da USP (Universidade de São Paulo) Mário Carlos Beni e Luiz Fernando Santoro, que também atuam no conselho.