Assessora de Carlos pediu informações de inquérito “envolvendo PR e 3 filhos” a Ramagem

Atualizado em 29 de janeiro de 2024 às 20:47
O ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem e o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos). Foto: Reprodução

Uma assessora do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) pediu informações sobre inquérito da Polícia Federal “envolvendo PR e 3 filhos” a Alexandre Ramagem (PL-RJ), então diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e atualmente deputado. A corporação identificou que o pedido foi enviado a uma funcionária de Ramagem.

“Estou precisando de uma ajuda. (…) Delegacia da PF Inquéritos Especiais Inquéritos: 73.630 / 73.637 (Envolvendo PR e 3 filhos)”, escreveu Priscila Pereira, assessora de Carlos, a Luciana Almeida, que trabalhava com Ramagem. A troca de mensagem reforçaria os indícios de que Carlos Bolsonaro era o destinatário de informações levantadas pela “Abin paralela”, diz a PF. O diálogo ocorreu em novembro de 2022, logo após as eleições em que o então presidente Bolsonaro saiu derrotado.

Print da mensagem enviada pela assessora de Carlos Bolsonaro — Foto: Reprodução/ PF
Print da mensagem enviada pela assessora de Carlos Bolsonaro — Foto: Reprodução/ PF

O vereador e as duas assessoras foram alvos de mandados de busca e apreensão da Polícia Federal nesta segunda (29) no âmbito de operação que investiga o funcionamento de uma “Abin Paralela” no governo Bolsonaro e o uso de um software espião para monitorar opositores.

O ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-chefe da Abin Alexandre Ramagem. Foto: Carolina Antunes/PR

Segundo a PF, o “núcleo político” de Carlos “se valia de Ramagem para obtenção de informações sigilosas e/ou ações ainda não totalmente esclarecidas”. A troca de mensagens ainda reforça, de acordo com investigadores, os indícios de que Carlos era o destinatário do esquema criminoso de espionagem.

“A existência do núcleo político e os eventuais serviços prestados ganha concretude no pedido realizado pelo sr. Carlos Bolsonaro para o Delegado Alexandre Ramagem e a subsequente remessa de informações de inquéritos de Polícia Federal em andamento”, diz relatório da PF enviado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Carlos soube da operação da PF contra ele e fugiu de lancha, junto da família, antes da chegada dos agentes a um endereço ligado à família em Angra dos Reis (RJ). Os policiais federais aguardaram a volta do vereador do “passeio” e apreenderam seu celular.

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