Assistentes de Bolsonaro mentiram à PF sobre a guarda das joias dadas ao governo

Atualizado em 12 de agosto de 2023 às 7:13
Segundo-Tentente Osmar Crivelatti, Jair Bolsonaro e Coronel Marcelo Câmara: o ex-presidente e dois assistentes. Fotomontagem

 

A Polícia Federal revelou provas que indicam que auxiliares do ex-presidente Jair Bolsonaro mentiram durante seus depoimentos sobre o armazenamento de joias presenteadas ao governo brasileiro.

O inquérito trata da tentativa de retirada do kit de joias sauditas no Aeroporto de Guarulhos. Osmar Crivelatti e Marcelo Câmara alegaram que um conjunto de joias sauditas permaneceu armazenado na fazenda de Nelson Piquet, no Distrito Federal. Porém, mensagens de celular trocadas entre eles e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, sob investigação da PF, sugerem que sabiam da tentativa de venda das joias no exterior.

Compromisso com a Verdade e Possíveis Delitos

Durante a investigação sobre as joias, os depoentes foram alertados pela Polícia Federal sobre a obrigação de dizer a verdade como testemunhas. O não cumprimento desse compromisso pode resultar em acusações de falso testemunho. A possibilidade de investigação adicional por este motivo ainda está sendo avaliada.

O segundo-tenente Osmar Crivelatti. Foto: Reprodução

Contradições nas Declarações

Câmara e Crivelatti foram responsáveis pelo armazenamento das joias na Fazenda Piquet. Quando questionado pela PF, Câmara afirmou que as joias estavam na fazenda e não haviam sido levadas para o exterior. Entretanto, diálogos interceptados mostram que as joias do “Kit Ouro Rose”, incluindo uma caneta, um anel, abotoaduras, um rosário árabe e um relógio, foram entregues a um representante do governo brasileiro em outubro de 2021 e posteriormente levadas aos Estados Unidos em dezembro para serem leiloadas.

Operação de Devolução e Conhecimento da Trama

Após a revelação sobre as irregularidades nas joias sauditas, Cid e os auxiliares de Bolsonaro planejaram devolver o material. Crivelatti, mesmo ciente da situação, afirmou à PF que as joias permaneceram na Fazenda Piquet. Porém, há evidências de que ele também estava envolvido na operação de devolução das joias dos Estados Unidos para o Brasil, conforme mensagens trocadas com Cid.

Em destaque, o Coronel Marcelo Costa Câmara. Reprodução

Papel de Marcelo Câmara e Conexões com Orlando

Marcelo Câmara, coronel da reserva, desempenhou um papel importante no esquema. Ele acompanhou Bolsonaro em uma viagem para os Estados Unidos, permanecendo em Orlando, onde recebeu atualizações sobre as tentativas de venda das joias através de mensagens de Mauro Cid. Câmara também organizou o transporte de um conjunto de joias presenteadas pelo Reino do Bahrein de Orlando para Miami.

Com informações do UOL.

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