A Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) acionou a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Paraná para pedir a impugnação do pedido de inscrição de Deltan Dallagnol (Podemos-PR) em seus quadros, segundo a coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo.
A ABJD acusa o ex-procurador da operação Lava Jato e pré-candidato a deputado federal de não ter idoneidade moral, o que infringiria um dos pré-requisitos para integrar a OAB. A corporação afirma que Dallagnol “foi um dos protagonistas do maior escândalo dentro do sistema de Justiça” brasileiro e que, mesmo que não tenha sofrido duras penalidades, a sua conduta foi colocada em xeque por procedimentos instaurados pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).
“A postura, pública e notória, do postulante a advogado no curso da operação Lava Jato retira integralmente a sua condição de respeitabilidade, seriedade e de honra para o exercício da advocacia”, diz o documento.
A ABJD ainda acusa Dallagnol de se aproveitar de sua função no Ministério Público Federal e de recursos públicos para realizar aspirações pessoais, ideológicas e de cunho político-partidário.
“De forma rasa e imoral, deturpou provas, violou procedimentos, combinou (com o juiz da causa) ações que tinham como resultado o benefício de sua tese. Ao mesmo tempo, violou e burlou o exercício das advocacias (todas) que se assentavam em lado adverso”, afirma a Associação.
O pedido da ABJD enviado à OAB do Paraná é assinado pelos advogados Nuredin Adhmad Allan, Paulo Francisco Freire e Cezar Brito.