Um ataque aéreo a campo de refugiados em Jabalya, no norte de Gaza, deixou ao menos 50 mortos e cerca de 150 feridos nesta terça (31), segundo o Ministério da Saúde palestino. Um militar do Exército admitiu que a ofensiva partiu de Israel.
“Mais de 50 mártires e quase 150 feridos e dezenas de pessoas sob os escombros devido a um massacre israelense atroz que atingiu uma grande área de casas no acampamento de Jabalya”, afirmou a pasta em comunicado.
O tenente-coronel Richard Hecht, porta-voz do Exército israelense, afirmou que havia “um comandante muito importante do Hamas” na área atacada. O militar disse que esse líder do grupo que estaria no campo teria matado “muitos israelenses” e que os civis mortos são uma consequência da “tragédia da guerra”.
“É um espaço de batalha muito complicado. Poderia haver infraestrutura ali, túneis ali. Estamos investigando isso e forneceremos mais dados”, alegou Hecht.
O Ministério do Interior em Gaza comunicou que “20 casas foram completamente destruídas no bombardeamento israelense” na região. Atef al-Kahlout, diretor de hospital de Gaza, relata que “centenas” de mortos e feridos foram levados a unidades de saúde, mas que “muitos ainda estão sob os escombros”.
Segundo a agência de notícia francesa AFP, foram retirados cerca de 47 corpos dos escombros do campo de refugiados. Dezenas de pessoas se reuniram em volta da cratera gerada pelo ataque para tentar resgatar vítimas que poderiam estar em meio aos destroços.
A Faixa de Gaza tem oito campos de refugiados e o de Jabalya é o maior deles, de acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas). O local abriga cerca de 116.011 refugiados palestinos, segundo a última contagem, e muitos deles instalaram-se no local após a guerra árabe-israelense de 1948.
O campo tem um total de 1,4 quilômetro quadrado e é o mais próximo da passagem de Erez, que ligava Gaza a Israel. O local tem sofrido com superlotação e baixa de abastecimento de água há um tempo.