O ministério da Saúde do Hamas informou que pelo menos 50 pessoas morreram no sábado (18) num ataque israelense a uma escola que abrigava pessoas que haviam sido deslocadas de suas casas em um campo de refugiados administrado pela ONU no norte da Faixa de Gaza.
O ataque ocorreu “de madrugada, na escola al-Fakhoura”, no campo de Jabaliya, disse à AFP um responsável do ministério. Imagens divulgadas nas redes sociais mostram corpos, alguns cobertos de sangue, outros de poeira, no chão do prédio, onde foram instalados colchões sob as mesas escolares.
No início de novembro, o governo do Hamas anunciou a mortes de mais de 200 pessoas e centenas de feridos nos bombardeios israelenses ao campo de refugiados de Jabaliya, durante vários ataques que duraram três dias.
Este é o maior campo de refugiados da Faixa de Gaza, onde mais de 80% dos habitantes são refugiados ou descendentes de refugiados que deixaram as suas casas em 1948, quando o Estado de Israel foi estabelecido. Todos são apoiados pela Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA), que administra os oito campos no pequeno território.
Em Jabaliya, a instituição é responsável por 26 escolas e dois centros de saúde, enquanto um terceiro está instalado em uma área próxima.
Procurados pela AFP, nem o exército israelense e nem a agência da ONU comentaram. De acordo com a instituição das Nações Unidas, pelo menos 71 deslocados morreram e 573 ficaram feridos enquanto se refugiavam nas suas 154 estruturas situadas na Faixa de Gaza.
32 mortos da mesma família
De acordo com o ministério da Saúde do Hamas, os ataques israelenses na região também causaram a morte de 32 membros de uma mesma família, incluindo 19 crianças. Os nomes das vítimas, da família Abou Habal, foram divulgados pelo órgão.
Sem cessar-fogo até a liberação dos reféns
Uma pausa nos combates entre Israel e o Hamas e um aumento “significativo” na ajuda humanitária à Faixa de Gaza ocorrerão quando os reféns forem libertados, disse um alto funcionário dos EUA no Bahrein no sábado.
A situação no território palestino, bombardeado e sitiado por Israel durante 43 dias após os ataques do Hamas, é “horrível” e “intolerável”, reconheceu o primeiro conselheiro do presidente americano para o Oriente Médio, Brett McGurk.
Mas “o influxo de ajuda humanitária, o influxo de combustível (e) uma pausa nos combates ocorrerá quando os reféns forem libertados”, acrescentou durante o fórum anual de segurança organizado pelo Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS).
30 mil feridos
Um primeiro grupo de crianças palestinas feridas em Gaza foi transferido para os Emirados Árabes desde o início da guerra entre Israel e o Hamas.
Chegando na manhã de sábado a Abu Dhabi, as vítimas foram levadas para hospitais para tratamento. Um total de mil crianças serão transportadas de avião para o país do Golfo para receber ajuda médica.
Publicado originalmente no RFI.