Ao saber da grosseria de Bolsonaro contra a jornalista Patrícia Campos Mello, eu me lembrei da frase imortal de Regina Duarte:
“Quando conheci o Bolsonaro (…), encontrei um cara doce, um homem dos anos 1950, como meu pai, e que faz brincadeiras homofóbicas, mas é da boca pra fora, um jeito masculino que vem desde Monteiro Lobato, que chamava o brasileiro de preguiçoso e que dizia que lugar de negro é na cozinha”.
O ataque misógino provavelmente não sensibilizará a atriz. Ela seguirá impávida no carguinho que recebeu. Não se trata apenas de um misto de cinismo e carreirismo.
Mais grave é a normalização do que “caras doces com um jeito masculino dos anos 1950” são capazes de fazer na paz dos lares de boas famílias.