O presidente Jair Bolsonaro (PL) impôs segredo de 100 anos a pelo menos 65 casos, escondendo informações que deveriam ser públicas. Sob alegação de que os documentos continham informações pessoais, o governo rejeitou pedidos apresentados por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI) em 11 diferentes ministérios.
Levantamento do Estado de S. Paulo mostra que entre 2019 e 2022, o governo atual usou dessa estratégia em sua carteira de vacinação, pedidos ao Exército sobre a apuração disciplinar do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, telegramas do Itamaraty sobre a prisão do ex-jogador Ronaldinho Gaúcho no Paraguai, do médico bolsonarista no Egito e até mesmo nas vistas recebidas por sua esposa, Michelle Bolsonaro.
O ex-presidente Lula (PT) tem dito que, se eleito, derrubará todos os sigilos impostos por Bolsonaro. 26,5% dos pedidos de informação negados pelo governo federal tiveram como justificativa a necessidade de sigilo da informação. A taxa é duas vezes maior do que a da gestão de Dilma Rousseff (PT) e quatro pontos porcentuais maior do que a do governo Michel Temer (MDB).
O maior número de documentos sob sigilo está no Exército. Pelo menos 21 pedidos foram negados. Foram barrados pedidos como o que indagava quais ministros têm porte de arma ou o que pediu cópia da ficha funcional de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro acusado de operar esquema de rachadinha.