Jovem que matou colega em SP fazia posts racistas e neonazistas nas redes

Atualizado em 24 de outubro de 2023 às 19:29
Adolescente de 16 anos promoveu ataque armado na Escola Estadual Sapopemba, na zona leste de São Paulo. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

O autor do ataque a tiros na Escola Estadual Sapopemba, na zona leste de São Paulo, fazia publicações racistas e neonazistas nas redes sociais. O adolescente de 16 anos chegou a chamar uma mulher de “puta preta macaca” e publicar uma foto se automutilando para desenhar uma suástica na perna. A informação é da Folha de S.Paulo.

Em outra publicação feita nas redes, um vídeo, ele desenhou uma suástica na bochecha. A mãe do adolescente diz que ele tinha muitos seguidores e até tinha negociado a gravação oficial de uma música, projeto que foi cancelado após usuários se revoltarem com a foto que trazia o símbolo no seu rosto.

A mãe disse ter confrontado o filho sobre as publicações neonazistas, mas ele respondeu que não sabia o significado do símbolo. Segundo a Polícia, ele se automutilou com suástica para ganhar pontos em um grupo de internet.

A imagem da perna do adolescente com a suástica foi mostrada para a mãe dele, mas ela declarou que não tinha conhecimento desse tipo de marca. O jovem foi questionado pela polícia sobre o episódio e disse que se automutilou com uma lâmina de barbear, mas que não foi orientado por ninguém a fazer isso.

Ele frequentava com frequência o bairro da Liberdade, em São Paulo, e tentava conseguir seguidores nas redes sociais, como o TikTok.

Policiais militares no entorno da Escola Estadual Sapopema, alvo de ataque nesta segunda (23). Foto: Reprodução

O adolescente já foi filmado apanhando em brigas dentro e fora da escola. Em conteúdos divulgados e compartilhados nas redes, ele já foi visto sendo espancado por mulheres e, em outra ocasião, numa festa de rua, quando foi jogado no chão por outro jovem e chutado repetidas vezes.

A mãe relatou já ter registrado um boletim de ocorrência em abril deste ano após ele ser agredido e declarou que ele foi ameaçado pela internet após o episódio. O advogado Antonio Edio, que representa o adolescente, afirmou que ele promoveu o ataque desta segunda para tentar resolver o bullying e a homofobia que vinha sofrendo.

“Ele me narrou que, já não aguentando mais essa situação de homofobia que ele sofria na escola, resolveu pegar uma arma de fogo que estava na casa do pai dele, arma que pegou escondido, sem a ciência do pai, e veio para a casa da mãe, sem que a mãe tivesse conhecimento”, conta.

O advogado também relata que o caso foi notificado na escola, mas os gestores da instituição disseram somente para ele estudar em outro lugar.

Em conversa no aplicativo Discord, o jovem chegou a dizer que cometeria o crime para “se sentir poderoso”. Em troca de mensagens com um colega, ele contou que já sofreu bullying e que não se importava com vingança.

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