A multiartista e ativista por moradia, Preta Ferreira, relatou em suas redes sociais uma abordagem policial que ela e sua família sofreram no centro de São Paulo, no último sábado (09). O carro, pertencente à mãe da artista, Carmen Silva, foi parado por policiais militares fortemente armados, enquanto Preta estava a caminho do almoço com sua irmã, cunhado, um amigo e duas crianças.
Apesar de não terem encontrado nada de ilícito, a família negra foi detida pela polícia por cerca de duas horas. Preta denunciou que a abordagem se deu em razão da cor de pele das pessoas no veículo, afirmando que os policiais questionaram inicialmente a presença delas na rua, mencionando um processo que levou Preta a mais de 100 dias de prisão em 2019, por participar de ocupações de moradias. No entanto, tanto ela quanto sua mãe respondem pelo mesmo processo em liberdade e não estão foragidas.
“Ficamos duas horas detidos, sendo questionados com arma na cabeça e mãos para cima. Não havia nenhuma irregularidade no carro, nem no motorista, nem em nós”, afirma Preta.
Durante a abordagem, os policiais chegaram a mencionar a falta de cadeirinha para crianças no carro, mas quando questionados sobre o motivo da parada, não deram uma resposta clara. Preta afirmou que a situação só se encerrou quando uma advogada chegou ao local e evidenciou que se tratava de um constrangimento injustificado.
A ativista denunciou o ocorrido como mais um episódio de violência policial no país, ressaltando o trauma causado nas crianças e a sensação de desamparo frente à suposta função protetora do Estado. A advogada de Direitos Humanos, Raissa Maia, que representa Preta, destacou a violência e perseguição do Estado contra movimentos sociais e o povo negro, considerando a alegação policial absurda e afirmando que tomará medidas judiciais para exigir indenização por danos morais.
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