Ato de Zambelli contra Lula gera desconfiança entre bolsonaristas

Atualizado em 30 de maio de 2024 às 7:44
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). Foto: Lula Marques/Agência Brasil

Cada vez mais isolada na extrema-direita, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) usou um grupo de WhatsApp de parlamentares da oposição para solicitar apoio a um ato previsto para o dia 6 de setembro, cujo foco deve ser o impeachment do presidente Lula (PT).

No entanto, a iniciativa tem sido recebida com desconfiança por uma ala próxima ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que acredita que um movimento para afastar Lula só ganhará força após as eleições municipais em outubro.

Segundo o Metrópoles, aliados de Bolsonaro, que preferiram não se identificar, suspeitam que o verdadeiro objetivo de Zambelli, que está sob investigação no Supremo Tribunal Federal (STF), é se posicionar como líder do movimento para demonstrar força política.

“Um movimento para afastar Lula da Presidência só ganhará corpo após as eleições municipais”, afirmam de acordo com a reportagem de Paulo Capelli. Eles veem a ação de Zambelli como uma tentativa de autopromoção em um momento delicado para sua carreira política.

“Amigos, o pessoal do Space Liberdade, Movimento Liberdade, está fazendo uma manifestação no dia 6/9 na Paulista e temos visto gente querendo fazer em outras cidades. Os motes são os impeachment do Lula e do [Alexandre de] Moraes. Nas minhas postagens, estou colocando somente o impeachment do Lula, pois minha situação é delicada. O importante é divulgar a data. Alguém aqui quer ir a São Paulo ou pode ajudar na divulgação?”, escreveu Zambelli aos bolsonaristas.

Carla Zambelli em ato bolsonarista. Foto: reprodução

Até o momento, o ato não conta com o endosso de Bolsonaro ou do pastor Silas Malafaia, que tem organizado os principais atos da extrema-direita. Na lista de apoiadores divulgada por Zambelli, constam apenas seis deputados: Zé Trovão (PL-SC), Cabo Gilberto (PL-PB), Marcos Pollon (PL-MS), Luiz Philippe Orleans e Bragança (PL-SP), Marcelo Moraes (PL-RS) e Rodolfo Nogueira(PL-MS).

Em defesa, a deputada que é ré por ações golpistas ao lado do hacker Walter Delgatti Neto, afirmou que ela não participa da idealização da manifestação. “O movimento não é organizado por mim, não é pago por mim. Quem está à frente é o Space Liberdade. Perguntaram se eu podia ajudar a divulgar, aí soltei dois banners. Nada além disso. Quando tem manifestação, eu vou”, afirmou ao Metrópoles.

Neste ano, Bolsonaro e Malafaia promoveram duas manifestações em São Paulo e no Rio de Janeiro, que tiveram como alvo decisões do ministro Alexandre de Moraes.

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