Em depoimentos prestados à Polícia Federal (PF), evangélicos bolsonaristas presos por participar dos atos terroristas e tentativa de golpe promovidos por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em Brasília, no dia 8 de janeiro, relataram que foram mobilizados por igrejas de diversos estados do país.
De acordo com o colunista Aguirre Talento, do UOL, a informação sobre o financiamento por igrejas evangélicas foi citada aos investigadores por pelo menos cinco bolsonaristas. Eles disseram que igrejas bancaram ônibus e organizaram caravanas para os ataques na capital federal.
Moradora de Sinop (MT), Sirlei Siqueira afirmou à PF que viajou em uma “excursão da Igreja Presbiteriana Renovada”. Também morador de Sinop, Jamil Vanderlino disse ter viajado em um “ônibus financiado por igreja evangélica”. Ambos não deram detalhes sobre o financiador.
O aposentado de Uberlândia (MG), Edinilson Felizardo da Silva, relatou ter recebido uma oferta de um pastor quando participava de uma manifestação pró-Bolsonaro em um batalhão do Exército naquela cidade. Ele disse que a viagem a Brasília foi oferecida de graça.
Já o bolsonarista Ademir Almeida da Silva, morador de Maceió (AL), disse que tinha remuneração mensal de R$ 400 e citou o nome de um pastor da Igreja Batista, Adiel Brandão de Almeida, como um dos financiadores de sua viagem.
O religioso, por sua vez, afirmou que “cooperou” com as despesas de Ademir pois ele estava com pouco dinheiro. Ele também ressaltou que não houve relação da igreja. “Isso é financiar a ida de alguém? Não é. Financiar é quando você está dizendo que todas as despesas, transporte, comida, almoço e janta eram por minha conta, aí seria financiar. E mesmo que alguém fosse financiar, não é da conta de ninguém não”, disse.
Uma moradora de Xinguara (PA) relatou ser frequentadora da Assembleia de Deus e que integrantes da igreja participaram de uma caravana com destino a Brasília. Entretanto, a apoiadora do ex-chefe do Executivo também não deu detalhes obre o responsável pelo financiamento.