Um incidente envolvendo o avião presidencial que transportava o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) gerou preocupação logo após a decolagem na Cidade do México. Na terça-feira (1º), por volta das 17h20, no horário de Brasília, um dos pilotos da aeronave declarou situação de urgência à torre de controle do aeroporto mexicano, utilizando o código “pan-pan”, que denota uma emergência menos grave que o “mayday”.
O piloto identificou a aeronave pelo código BRS01 e solicitou uma curva imediata à direita, mencionando a necessidade de “pan-pan”, o que garantiu prioridade no atendimento pela torre. Esse código, conforme a Organização da Aviação Civil Internacional (OACI), é utilizado em casos de urgência, como falhas em equipamentos não vitais ou a necessidade de atendimento médico a bordo.
A possível causa do incidente foi o choque da aeronave com um pássaro, o que teria causado um problema técnico em um dos motores. A Força Aérea Brasileira (FAB), responsável pelo avião, informou que a questão foi solucionada sem perigo para os passageiros, mas o avião precisou sobrevoar a capital mexicana por cerca de cinco horas para queimar combustível e realizar um pouso seguro.
Segundo especialistas em aviação, como o comandante Afonso, o uso do código “pan-pan” sugere que os pilotos acreditavam que poderiam resolver a situação, sem necessidade de pedir socorro imediato. A manobra de voar em círculos, por não poder alijar o combustível, prática comum em emergências, foi a solução adotada.
O comandante também levantou questionamentos sobre o sistema de alijamento de combustível da aeronave, considerando o tempo excessivo em voo com o presidente e sua comitiva a bordo.
Durante o período de sobrevoo, o piloto manteve contato constante com a torre de controle, que ofereceu suporte. Antes do pouso, a tripulação solicitou a presença de bombeiros na pista, como medida preventiva, mas o pouso ocorreu sem intercorrências às 22h16, no horário de Brasília.
O presidente Lula, a primeira-dama Janja e os ministros que o acompanhavam, como Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Cida Gonçalves (Mulheres), embarcaram em uma aeronave reserva após o incidente. Eles chegaram a Brasília na manhã de quarta-feira (2), sem novos problemas.
“O avião trazendo o presidente Lula e a comitiva que o acompanhava de volta do México pousou na Base Aérea de Brasília às 10h12. O voo foi tranquilo, sem nenhuma intercorrência”, declarou a Presidência da República em nota oficial.
A queima de combustível, que envolveu cerca de 50 voltas sobre a Cidade do México, é um procedimento comum em aeronaves que decolam com peso máximo. Um pouso nessas condições pode causar danos estruturais à aeronave, ou até explosões.
Lula estava na Cidade do México em uma viagem oficial para participar da posse da nova presidente, Claudia Sheinbaum, que ocorreu na terça-feira (1º). Além disso, o presidente brasileiro havia se encontrado com o ex-presidente Andrés Manuel López Obrador e participado de um fórum empresarial entre os dois países.
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