O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PL) e Geraldo Alckmin (PSB) realizaram, no Rio Grande do Sul, sua primeira viagem oficial juntos como pré-candidatos à Presidência da República desde o anúncio da pré-candidatura.
A viagem de campanha veio em momento conveniente. Pesquisas indicam o avanço da candidatura de Lula na região e colocam em risco a perspectiva de Jair Bolsonaro (PL) repetir o desempenho de 2018, quando teve 68% dos votos no segundo turno.
Os levantamentos de intenções de voto mostram que a região pode estar mudando de opinião em relação às eleições. O Datafolha aponta que o petista supera o atual presidente nas pesquisas e que a rejeição diminuiu. Já Bolsonaro caiu nas intenções de voto e na avaliação positiva. O levantamento do Paraná Pesquisas do último dia 20 mostra o Rio Grande do Sul dividido, com 46,3% aprovando Bolsonaro e 48,6% desaprovando.
O fator econômico, como em todo o país, é uma das razões que influenciou a mudança de perspectiva. “Sobre a situação econômica dos entrevistados no Sul, em março, 41% diziam que tinha piorado. Agora são 51%”, diz Luciana Chong, diretora do Datafolha, segundo reportagem da Veja.
Ainda de acordo com a Veja, o cientista político Lucio Rennó, da UnB, avalia que “é possível que o eleitor de centro, sem uma candidatura competitiva, migre para Lula por causa da rejeição a Bolsonaro. São eleitores que podem dar importância maior ao vice e, nesse sentido, Alckmin é um grande ganho”.
A presença do ex-tucano na empreitada gaúcha foi de grande expectativas pelos petistas. “Ele tem influência entre conservadores, quebra resistências”, diz Tarso Genro. “Pesquisas internas mostram um impacto muito positivo do lançamento do movimento com Alckmin no Sul e Sudeste”, acrescenta o deputado José Guimarães (PT-CE), responsável por palanques regionais, segundo a reportagem.
O avanço de Lula no Sul deixou a campanha de Bolsonaro em estado de alerta, que vem procurando reagir ao avanço, ampliando as agendas na região. Entre abril e maio, o presidente foi a Pelotas (RS) e Maringá (PR). Aliados doe Bolsonaro dizem publicamente que as pesquisas não correspondem à realidade. “Temos motivos para confiar mais em levantamentos internos, que mostram resultados diferentes”, afirma Ricardo Barros (PP-PR), líder de Bolsonaro na Câmara.
Outro argumento dos bolsonaristas são as pesquisas estaduais, nas quais os pré-candidatos do PT Requião (PR), Décio Lima (SC) e Edegar Pretto (RS) estão abaixo, respectivamente, de Ratinho Jr. (PSD), Carlos Moisés (Republicanos) e Onyx Lorenzoni (PL).