Bairro que homenageava 1ª missão de paz brasileira na Palestina é destruído em Gaza

Atualizado em 3 de abril de 2024 às 7:26
Bairro da base brasileira em sua primeira missão de paz em Gaza foi destruída. Reprodução Itamaraty

O local que foi o ponto de partida para a primeira missão de paz do Brasil, há quase 70 anos, agora está sofrendo ataques e bombardeios quase diários em Gaza. Com informações de Jamil Chade, do Uol.

O bairro, conhecido como Campo Brasil, está localizado em Rafah e ao longo das décadas se tornou uma área residencial da cidade, onde vivem os refugiados palestinos. No entanto, a região foi severamente afetada pelos ataques israelenses, iniciados em 2023 e continuando em 2024.

Em investidas anteriores de Israel em Gaza, como em 2014, alguns dos edifícios na área já haviam sido alvos e destruídos. Mas agora, a destruição é ainda mais significativa. De acordo com relatos de palestinos e brasileiros que mantêm contato com os moradores de Rafah, os ataques são constantes.

Dados da ONU mostram que 34% de todos os edifícios de Gaza foram atingidos pelo conflito, resultando em uma destruição em uma escala raramente vista pela organização nos últimos anos. Apesar de Rafah ser considerada uma área segura por meses, até sendo designada pelos israelenses como local para deslocamento de civis, a ONU alerta que agora não há mais garantia de segurança em nenhuma cidade de Gaza.

Campo Brasil, destruído em Gaza. Reprodução Folha de S.Paulo

Há um temor generalizado na comunidade internacional de que Israel possa lançar uma invasão terrestre em Rafah, o que só agravaria a crise humanitária. Israel, por sua vez, argumenta que a cidade se tornou um importante refúgio para o Hamas.

Nessa ofensiva, uma das vítimas é o local que representa a primeira ação internacional das tropas brasileiras em operações da ONU.

Em 1957, os militares brasileiros foram encarregados de proteger os palestinos. O Batalhão Suez permaneceu em Gaza por dez anos, em missões intermitentes. A base foi nomeada Campo Brasil e, quando a missão terminou, foram os próprios palestinos que impediram que as autoridades locais alterassem o nome da região.

Sem a presença dos militares, o local passou a abrigar refugiados palestinos, inicialmente em barracas e depois em casas modestas construídas para atender à população.

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