Michel Temer, o usurpador que ressurgiu na condição de lobista da chinesa Huawei, gigante de tecnologia que atua para pegar o G5 no Brasil, está próximo de estender seus poderes também no Legislativo.
Seu discípulo, Baleia Rossi (MDB-SP), que conta com apoio de 11 partidos, da esquerda a direita conservadora, entre eles PT, PCdoB e PSB, vem ganhando musculatura em relação ao candidato de Jair Bolsonaro, Arthur Lira (PP-AL), para a suceder Rodrigo Maia na presidência da Câmara, em eleição que acontece em 1o de fevereiro.
Baleia vota mais alinhado com o governo do que o próprio candidato bolsonarista.
Fechou com o capitão em 90% das votações da Câmara, especialmente aquelas que atacaram direitos fundamentais como a Reforma da Previdência e a desregulamentação das Leis Trabalhistas.
Neste domingo, publicou artigo na Folha.
Do blablablá, o que salta é o foco nas críticas ao modelo de atuação do adversário: Fraco como Bolsonaro, e ainda por cima negacionista com viés genocida e espalhador de fake news.
“Falta ao candidato governista uma visão de país”, escreve baleia.
“Ele se associou a lideranças que passaram os últimos meses em campanha aberta contra a vacinação, semeando o ódio, estimulando uma ruptura social e defendendo pautas que não são prioridade. Desde que anunciei minha candidatura, essas lideranças distribuem fake news e mentiras por meio de sua rede de ódio”.
Com Bolsonaro sujo feito pau de galinheiro, e o debate nas ruas esquentando pelo impeachment, Baleia é uma garantia ao próprio mandatário, uma vez que além de apoiar quase incondicionalmente a agenda do governo ele já sinalizou que o impeachment não está no seu redar.
Temer é um mestre neste cenário de Manés.
Leia os principais trechos do artigo:
A missão do presidente da Casa é criar pontes. Por meio do debate democrático, diferentes visões podem chegar ao consenso. O diálogo com o governo pode fluir sem perturbações, mesmo quando há divergências. É assim que tenho pautado minha vida parlamentar: pelo equilíbrio.
Há duas candidaturas com mais apoios para presidir a Câmara. A de Arthur Lira (PP-AL), que propõe subserviência ao governo em troca de alguns cargos, e a minha. Represento 11 partidos. É um bloco heterogêneo, que vai da esquerda, passa pelo centro e chega à direita. Em comum, temos a convicção de que só exerceremos nosso mandato se a nossa relação com o governo federal e o Judiciário se pautar pela independência e pela harmonia.
As diferenças entre nossas candidaturas não cessam aí. Do outro lado, falta ao candidato governista uma visão de país. Ele se associou a lideranças que passaram os últimos meses em campanha aberta contra a vacinação, semeando o ódio, estimulando uma ruptura social e defendendo pautas que não são prioridade. Desde que anunciei minha candidatura, essas lideranças distribuem fake news e mentiras por meio de sua rede de ódio.
A Câmara tem muito a fazer. A decisão da Ford de sair do país revela a necessidade de melhorarmos o ambiente de negócios. O sistema de impostos pesa. Temos de levar adiante a reforma tributária. Está pronto para ser votado relatório do deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) sobre a PEC 45, que apresentei a fim de substituir cinco impostos por apenas um.
Precisamos de um projeto que aponte para o crescimento, a geração de emprego, a vacinação em massa, o cuidado com os mais pobres, a retirada das amarras que seguram os empresários, o combate às desigualdades regionais e a criação de oportunidades por meio da educação.
Isso só ocorrerá se os deputados puderem exercer seus mandatos em plenitude. A Câmara não tem dono. Não se ajoelha. Os deputados representam os eleitores. A presidência da Casa deve estar a serviço deles, e não de outros. A Câmara deve ser parceira dos outros Poderes. Chefe, só um: o eleitor.
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