Na previsão de crescimento global em 2023, o Banco Mundial projetou que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) desacelere em 1,2% neste ano. Porém, em 2024, a expectativa é de que suba ligeiramente para 1,4%. Já no ano seguinte, a previsão de alta é de 2,5%.
Os dados são do último relatório Perspectivas Econômicas Globais, divulgados nesta terça-feira (6). Segundo o documento, esse resultado se deu pela inflação nominal e o núcleo que caíram de seus picos e, recentemente, abaixo do limite superior da meta da instituição financeira:
“Espera-se que as taxas de juros diminuam no segundo semestre do ano, à medida que a inflação recua ainda mais, permitindo a recuperação em 2024.”
O banco também destacou que a incerteza sobre a política fiscal ainda prejudica a confiança empresarial e o investimento. As exportações agrícolas foram apontadas como a razão para os baixos resultados de crescimento neste e nos próximos anos:
“Elas devem crescer fortemente por causa das colheitas robustas de soja e milho, porém, a demanda externa não deve sustentar o crescimento de forma significativa em 2023.”
Os países vizinhos também sofrerão o impacto deste cenário interno do Brasil. O documento diz que a produção na Argentina deve cair 2% em 2023 e crescer 2,3% no ano que vem, conforme a economia se recupere da grande seca.
O Brasil ainda poderá se surpreender com a situação externa. Apesar da recuperação do crescimento da China, por exemplo, seu setor imobiliário ainda está fraco, contido por forças estruturais contrária:
“Se deteriorar ainda mais, isso pode afetar significativamente os preços globais do metal. Esse risco negativo é particularmente relevante para Brasil, Chile e Peru.”
Já a nível global, o Banco Mundial aumentou a previsão de crescimento em 2023. Isso porque os Estados Unidos e outras grandes economias se mostraram mais resilientes do que o esperado. Apesar disso, as taxas de juros mais altas vão causar um impacto maior do que o esperado no próximo ano.
O PIB global real deve subir 2,1% este ano, o que significa um aumento em relação à expectativa de 1,7% anunciada em janeiro, mas bem abaixo da taxa de crescimento do ano passado, de 3,1%.
A previsão de crescimento global para o ano que vem foi cortada de 2,7% para 2,4%, pelos efeitos contínuos da política monetária mais rígida, principalmente no que diz respeito à redução de investimentos comerciais e residenciais.
“O crescimento ao longo do restante de 2023 deve desacelerar substancialmente, pois é pressionado pelos efeitos defasados e contínuos do aperto monetário e das condições de crédito mais restritivas”, disse o Banco Mundial.