Os bancos mantiveram proposta rebaixada para os trabalhadores, com reajuste de 7,19% nos vales alimentação e refeição, com índices perto de 81% da inflação geral (a estimativa está em 8,88%) e apenas 43% sobre a inflação dos alimentos.
“Para o mês de agosto, a previsão da inflação de alimentos é alta de 0,27% e a expectativa em 12 meses na data base da inflação de alimentos é de 15,37%, sabemos que a inflação dos alimentos é 1,7 vezes maior que a inflação geral, ou seja, um desrespeito uma proposta como essa. O reajuste proposto daria 3 reais a mais por dia, não paga nem o cafezinho, que está, em média 4,23 reais, disse a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, que também é coordenadora do Comando Nacional dos Bancários. “A proposta foi rejeitada na mesa de negociação. Vamos organizar os trabalhadores para mobilização nas redes sociais e nas ruas”.
Nos seis primeiros meses de 2022, os cinco maiores bancos do país (Caixa, Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander) arrecadaram R$ 74,2 bilhões com tarifas cobradas dos seus clientes, alta de 7,5% em relação ao mesmo período de 2021.
“O reajuste do VA e VR é prioridade para os trabalhadores. A campanha não acaba enquanto não tivermos proposta que cubra as despesas com o custo mínimo dos alimentos”, destaca Ivone.
“Não podemos aceitar esta proposta! A categoria continua perdendo. E em todas as consultas que fizemos eles nos disseram que queriam aumento maior para o vales alimentação e refeição, pois os valores não são suficientes para chegar ao fim do mês”, disse a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira.
Lucro – Os bancos foram o setor econômico com maior lucro líquido entre as empresas de capital aberto (com exceção de Vale e Petrobrás) em 2021, com quase o dobro do lucro do segundo setor econômico mais lucrativo que foi o de energia elétrica. A rentabilidade média dos bancos desde 2003 fica invariavelmente muito acima da inflação; nos últimos 5 anos em média ficou 3,2 vezes acima do IPCA.
Inflação alimentos – A Cesta Básica calculada pelo DIEESE está em R$ 777,01, e tem variação de 24% em um ano, 50% desde o início da pandemia e 77% desde o início do governo Bolsonaro. A cesta básica está 21% acima do valor do auxílio alimentação da categoria (R$ 644,44).