Ao menos 25 pessoas estiveram no barco encontrado à deriva com nove corpos na região de Bragança (PA) no último sábado (13), de acordo com a Polícia Federal. A corporação investiga o caso e acredita que todos devem ter morrido de fome e sede no oceano.
A PF descobriu que o navio saiu de Mauritânia, país no noroeste da África, e a principal hipótese é que os outros 16 corpos foram jogados no mar conforma as pessoas foram morrendo. A embarcação passou por uma perícia e a corporação concluiu o número de passageiros a partir da quantidade de capas de chuva encontradas.
“O trabalho minucioso de perícia começou hoje e se estenderá até o próximo fim de semana, e ali vai ser identificada a causa das mortes. Provavelmente, foi por falta de alimento e de água”, diz José Roberto Peres, superintendente da Polícia Federal no Pará.
Investigadores encontraram registros que mostram que o barco ainda estava no país do noroeste africano no dia 17 de janeiro deste ano e documentos que mostram que alguns dos passageiros eram de Mali, país vizinho. A PF não descarta que as outras vítimas eram de outras nacionalidades.
A perícia nos corpos ocorre em Belém, enquanto a análise sobre a embarcação e os objetos é feita em Bragança.
Peres afirma que essa não é a primeira vez que um barco em condições do tipo chega ao país após deixar a Mauritânia. Em 2021, uma embarcação com três corpos apareceu no litoral cearense. “No Pará, não encontramos ocorrências assim”, diz o superintendente da PF no estado.
A operação para resgatar a embarcação ocorreu na noite de domingo (14) e os corpos encontrados estavam nus e em estado avançado de decomposição. O Ministério Público Federal (MPF) instaurou um inquérito para apurar eventuais crimes no caso.